São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Parreira enxerga o óbvio, mas resiste a ele
ALBERTO HELENA JR.
O que me surpreende em Parreira, ao contrário de muitos, não é a sua incapacidade de enxergar o óbvio. Mas sua extraordinária capacidade de enfrentá-lo. Seus diagnósticos costumam ser absolutamente corretos. Mas seu receituário contraria o bom senso. E o que diz o bom senso neste caso? Que futebol é momento. Traduzindo: quem estiver melhor no momento joga. Quem não estiver, sai. Um jogo é o bastante para lançar-nos à fase seguinte ou ao inferno da volta, desqualificados. Ora, se Zinho vem mal, reiteradamente mal, há muito tempo mal, não há uma única razão sob o sol que justifique sua permanência no time. A argumentação de que Zinho é importante taticamente, além de fluida, revela que o técnico não preparou o elenco todo para situações como essa. Isso me remete ao caso Raí, o jogador que foi considerado pelo técnico durante todo este período como o único capaz de cumprir as funções específicas que lhe foram atribuídas. Até que saísse, substituído por Mazinho, jogador com características inteiramente diferentes de Raí. E que, parece, continuará cumprindo tais funções, embora o tempo em que as cumpriu -quase todo o primeiro tempo do jogo contra os EUA– demonstrasse clara inadaptação ao setor. Só melhorou quando foi para a lateral-esquerda, posto que ocupou por algum tempo, no início de carreira. Quanto à dúvida sobre a lateral-esquerda, outra situação injustificável. Afinal, Branco é o jogador da posição. Se está recuperado fisicamente deve jogar. Se não puder, que entre Mazinho por ali. Cafu é mais improvisação errada. Cafu pode jogar em qualquer lugar no time, menos por ali, pois não sabe cruzar com o pé esquerdo, jogada típica e indispensável para a posição. Mas, enfim, como diz o técnico Bora Milutinovic, o vencedor sempre tem razão. Texto Anterior: "Zinho tem de melhorar" Próximo Texto: Paulistanos querem o retorno de Raí Índice |
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