São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Quartas prometem jogo ofensivo

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

As quartas-de-final prometem jogos com muitos gols se for mantida a tendência da Copa dos EUA. Na primeira fase, foram anotados 93 gols em 36 partidas, média de 2,58.
Nos oito jogos das oitavas-de-final saíram 25 gols, média de 3,13 –maior que qualquer média de Copa desde 1962. A tendência é de crescimento.
A média teria sido bem maior não fosse o jogo Brasil 1 x 0 EUA. Sem contá-lo, houve 3,43 gols por jogo nesta fase.
Várias equipes tiveram ou repetiram nas oitavas-de-final o seu melhor resultado ofensivo da primeira fase. Suécia, Espanha, Alemanha e Romênia fizeram três gols, a sua melhor marca na primeira fase.
A Holanda fez dois e igualou os gols marcados contra Marrocos e Arábia Saudita. A Itália também fez dois, o que não havia acontecido até agora. Entre os classificados, só o Brasil e a Bulgária decepcionaram, marcando apenas um gol cada um.
O aumento nos gols está sendo acompanhado também pelo aumento do empenho dos jogadores.
As jogadas com forte contato físico estão se tornando mais frequentes. Um forte indício disso é que a média de cartões vermelhos (que significam expulsão) aumentou da primeira fase para as oitavas-de-final (veja quadro ao lado).
A Copa dos Estados Unidos já superou a Copa da Itália em jogo ofensivo. Nos primeiros 44 jogos deste Mundial, houve mais gols do que os marcados em 1990.
Na Itália, foram 115 os gols, média de 2,21 por partida, a mais baixa de todas as Copas. Nos EUA, foram anotados 118, média de 2,68 por partida.
As quartas-de-final será um confronto exclusivo do Brasil contra seleções da Europa –Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Holanda, Bulgária e Romênia.
Há chances de os quatro semifinalistas da Copa do Mundo serem todos europeus. Três já estão garantidos.
Se isso acontecer, será a primeira vez que uma Copa disputada na América não terá pelo menos um finalista –e um vencedor– deste continente. Equipes européias jamais ganharam uma Copa fora de seu continente.
A maioria (Brasil, Alemanha, Itália, Suécia) mantém dois jogadores fixos na frente. Romênia, Espanha e Bulgária tambêm têm dois atacantes, mas um deles ajuda na marcação e volta para buscar jogo.
Passada mais uma fase, o artilheiro continua sendo o russo Salenko, apesar do fato de sua equipe ter sido eliminada na primeira fase –ficou em quinto lugar na repescagem dos terceiros colocados.
Salenko tem seis gols, mas agora está sendo seguido de perto por Klinsmann, da Alemanha, que tem cinco.
Nas oitavas-de-final, a grande "revelação" foi o italiano Roberto Baggio. Mesmo sem ter feito uma grande exibicão, marcou os dois gols da Itália contra a Nigéria.
Os dois jogos mais emocionantes da última fase foram reservados para o último dia, ontem. Um jogo foi decidido na prorrogação.
No último, a Bulgária ganhou na disputa de pênaltis o direito de enfrentar a Alemanha, domingo, em Nova York.

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