São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Marcha de sindicatos contra Plano Cavallo chega hoje a Buenos Aires

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES

O governo argentino mobilizou 20 mil policiais para enfrentar a Marcha Federal, passeata organizada pelos sindicatos contra a política econômica do governo que chega hoje a Buenos Aires.
O governo do presidente Carlos Saúl Menem espera que não mais de 40 mil manifestantes protestem hoje na capital. Os organizadores calculam o número de participantes em 400 mil.
Isso transformaria a marcha na maior manifestação realizada até agora contra o Plano Cavallo. O plano implantado pelo ministro Domingo Cavallo (Economia) em 1991 equiparou o peso ao dólar.
O presidente argentino reiterou ontem que a política econômica não mudará, "mesmo que sejam feitas 1.000 marchas".
Um dos líderes do protesto, Saul Ubaldini, do MTA (Movimento de Trabalhadores Argentino), condenou a declaração de Menem, que incitaria à violência.
Iniciada em vários pontos do país, a marcha culminará às 15h na praça de Mayo, em frente à Casa Rosada (sede do governo).
O protesto, convocado pelo MTA e pelo CTA (Congresso de Trabalhadores Argentinos), recebeu a adesão de partidos de oposição e de entidades como a Federação de Câmaras e Centros Comerciais e da Associação de Pequenos e Médios Empresários.
Menem chamou os opositores de "demagogos" e disse duvidar que a desclassificação da Argentina da Copa do Mundo influencie a população contra o governo.
O líder sindical Victor de Gennaro, da CTA, disse que hoje na praça de Mayo será definida uma greve geral para agosto próximo.

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