São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994 |
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Guerrilha prepara novo governo e cessar-fogo unilateral em Ruanda
ANDRÉ LAHOZ
O anúncio foi feito um dia após a tomada de Kigali, a capital. A FPR domina 75% do território de Ruanda, consolidando sua vitória sobre as forças do antigo governo, da etnia majoritária hutu. As forças da FPR estão a apenas 10 km das tropas francesas que estão no país numa intervenção militar em nome da ONU. "Se nossos soldados forem atacados, responderão", afirmou o ministro da Defesa francês, François Léotard. O relacionamento entre a França e a FPR nunca foi bom, uma vez que os franceses sustentaram durante anos o governo hutu, etnia responsável pela morte de milhares de tutsis. A FPR se opôs fortemente à "missão humanitária" francesa, iniciada há duas semanas. O problema se agravou esta semana, após a criação de uma "zona humanitária de segurança" pela França, na qual os homens do FPR não poderiam entrar. "Isso é neocolonialismo", disse o representante da FPR na Europa. "Essa zona representa a última resistência das forças do governo. Nós não deixaremos de atacar Gikongoro por causa dos franceses." Se isso ocorrer, o confronto é muito provável. Mas a FPR anunciou em Kigali que não quer conflito com os franceses. "Nossa missão é estritamente humanitária", reafirmou na África do Sul o presidente francês, François Mitterrand. Texto Anterior: Começa o 'Nurembergue' da Itália Próximo Texto: Ministro da África do Sul anuncia renúncia e nega motivos políticos Índice |
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