São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Jericó recebe o líder sob calor de 45 graus

SÉRGIO MALBERGIER
DO ENVIADO ESPECIAL

Iasser Arafat partiu de Gaza para Jericó na manhã de ontem em helicóptero egípcio sob escolta de um helicóptero israelense.
No trajeto, ele sobrevoou Tel Aviv (a maior cidade israelense) e o norte de Jerusalém. }Ele ficou muito emocionado, mas não falou nada, disse o assessor Nabil Shaat.
A recepção a Arafat, que ocorreria na praça central da cidade, foi transferida para a estação rodoviária na periferia, porque esperava-se uma multidão de até 250 mil pessoas. Foi dífícil controlar as 5.000 que apareceram.
A cerca de proteção do palanque foi derrubada e o público se aproximou de Arafat quando ele chegou ao local.
A polícia palestina reagiu com violência para afastar a multidão e Arafat teve de parar seu discurso algumas vezes.
Muita gente desmaiou sob um calor de 45 graus Celsius. Enquanto Arafat tomava posse como presidente da Autoridade Nacional Palestina, a população da pacata Jericó cantava e dançava na praça central.
Abu Amar (nome de guerra de Arafat) faz a terra tremer, cantavam.
Perto das 13h, o ímpeto da população diminuiu com o sol a pino e boa parte de Jericó, a cidade mais baixa (258 metros abaixo do nível do mar) e mais antiga (9.000 anos) da terra foi se proteger do calor como sempre faz.
Enquanto isso, Shaat concedia entrevista a dezenas de jornalistas numa sala do único hotel da cidade, Hisham Palace, transformado em centro de imprensa.
Shaat disse que Arafat estava }muito satisfeito e emocionado com a visita aos territórios ocupados iniciada sexta-feira em Gaza.
Ele voltou a dizer que Arafat vai viver de forma permanente em Gaza a partir de sábado –não em Jericó como se esperava.
Gaza é a realidade e Jericó é o sonho, disse Shaat. Sonho, no caso, de expandir a autoridade palestina a toda a Cisjordânia.(SM)

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