São Paulo, quarta-feira, 6 de julho de 1994
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Direito à vida; Comentaristas esportivos; Parceria na saúde; O real e o português; Estratégia para o real; Direito de fumar; À espera do tetra

Direito à vida
"Quero cumprimentar o eminente deputado Hélio Bicudo pelo excelente artigo publicado na Folha no dia 30 de junho. É inacreditável que lideranças, sem consultar o povo, a sociedade e as organizações que lutam pela dignidade do ser humano e pelo direito à vida, votem, às escondidas, lei que denigre a imagem do país. Felizmente, homens como Hélio Bicudo desvendam ao povo aquilo que os líderes partidários, sorrateiramente, não pretendiam trazer à discussão do grande público."
Ives Gandra da Silva Martins, advogado (São Paulo, SP)

Comentaristas esportivos
"Embora considere uma tentativa de censurar-me pela ousadia, que cometi, de criticar a megalomania de quase todos os comentaristas esportivos, eu deveria agradecer o tratamento que me deu Alberto Helena Jr. no artigo em que recriminou aquela minha manifestação. Afinal, tendo sido cronista esportivo de publicação diária no "Diário Carioca", em anos da década de 50, senti-me rejuvenescer ao ser por Helena chamado de 'neófito'. Equívoco que compreendo; infelizmente, não me foi dado cumprir toda a minha carreira sempre naquela mesma posição e às vezes quase esqueço que frequentei esse terreiro; com muito mais razão esquece ele, se é que algum dia soube. Se a graça da permanência me tivesse sido concedida, eu hoje estaria talvez curtindo a Copa em Los Gatos, e quem sabe na amável companhia do meu caro Matinas. Como, porém, Helena não se limitou a cometer o agradável erro, peço que, a título de correção, seja registrado outro em que derrapou: eu não disse que o comentarista Mário Sérgio foi um jogador medíocre; qualifiquei-o de razoável, com isso significando que sua carreira em campo, boa, não teve brilho suficiente para ganhar abrigo em meu altar ao lado de Pelé, Zico, Garrincha, Nilton Santos e outros cariocas eternizados pelo talento extraordinário. Permito-me dizer que esse erro teria sido evitado se Helena simplesmente consultasse o dicionário para verificar a diferença de acepções, mas receio que em Los Gatos não haja esse recurso tão necessário para os da nossa profissão. Penso que devia ser incluído sempre no material de pronto-socorro de enviados especiais."
Evandro Carlos de Andrade, diretor de Redação de "O Globo" (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do colunista Alberto Helena Jr. – Nem neófito, nem medíocre. Apenas razoável. É o bastante para desqualificar a opinião técnica a respeito de Mário Sérgio. Quanto a bater currículo, sugestão que vem nas entrelinhas, já passei da idade, embora esteja certo de que surpreenderia o autor. Seria mais uma avaliação técnica equivocada para constar em seu currículo.

Parceria na saúde
"Tendo em vista matéria publicada à página 3-6 de 1/07, com o título 'Salário afeta serviço, diz Raia', esclarecemos: 1) o Conselho Regional de Medicina foi confundido com a Associação Paulista de Medicina, que assinou parceria com a Secretaria Municipal da Saúde para gerenciar o Hospital Municipal do Campo Limpo; 2) o Conselho é contra a iniciativa. A terceirização da unidade é, inclusive, inconstitucional. Não é transferindo responsabilidades que se resolvem problemas."
Regina Farizi Carvalho, presidente do Conselho Regional de Medicina (São Paulo, SP)

Nota da Redação – Leia retificação na seção Erramos abaixo.

O real e o português
"Não posso concordar com o redator da medida provisória que dispõe sobre o Plano Real, ao adotar a expressão 'dia do aniversário' para caracterizar vencimentos mensais de obrigações. É uma afronta à gramática e ao bom senso! O art. 22 da MP é uma 'pérola' de mau português. Desde quando os títulos, os contratos ou as parcelas contratuais 'surgem'? Nunca a 'última flor do Lácio' foi tão maltratada. A culpa é de quem?"
Cyro Galvão do Amaral (Santa Bárbara d'Oeste, SP)

Estratégia para o real
"Está na medida do artigo 'Uma estratégia para o real' (3/07) do presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira. O Plano Real foi o melhor que apareceu até hoje. Sem congelamento, a moeda ficará estável. Mas depende de todos nós brasileiros: políticos, empresários e o povo em geral."
Lauro Bezerra, 1º vice-presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte (Natal, RN)

Direito de fumar
"Enquanto as pessoas de bom senso pagam para preservar sua saúde, o fumante não hesita em pagar para adoecer. Por outro lado, somos nós que pagamos pelos prejuízos causados intencionalmente à saúde pública e ao sistema previdenciário. Lembrando Isaac Asimov: 'O seu direito de fumar termina onde começam os meus pulmões!"'
Mário Albanese (São Paulo, SP)

À espera do tetra
"O ânimo e a união com que o povo acolhe o futebol desejaríamos que fosse transposto para o campo político-econômico. Vamos buscar o tetra na Copa, mas vamos também lutar pelo nosso país através da arma do voto."
Adilson de Padua Coutinho de Souza (Ituverava, SP)

"O dia 4 de julho passa a entrar no calendário como o dia da dependência brasileira. Já éramos dependentes em tudo, menos no futebol. Devido à visão estrábica de um técnico, passamos a ser também dependentes no futebol."
Daniela Torrezani (Cotia, SP)

"Ao ver o lance daquela estúpida e até reveladora cotovelada do craque Leonardo no americano Ramos, senti vergonha. Vergonha de mostrar uma realidade de nosso país: violência."
Sérgio Isnard Khair (São Paulo, SP)

"A idéia do símbolo promocional com o dedo indicador foi genial pois, além de promover o produto, também servirá como punição à burrice da comissão técnica. Caso sejamos desclassificados, já sabemos a quem apontar aquele dedão. Se cuida, Parreira."
Orlando Lovecchio Filho (Santos, SP)

"O imoral aumento da tarifa de ônibus, de R$ 0,43 para R$ 0,50, imposto pelo prefeito Maluf tem uma finalidade que a imprensa não descobriu: gerar verba para presentear os jogadores do Brasil, caso ganhem, com fusquinhas."
Gracindo Caram (São Paulo, SP)

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