São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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PMDB troca camiseta e lanche por apoio

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O coordenador da campanha do candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia, em Alagoas, Francisco Lima, contratou ontem 120 pessoas para receber o candidato no aeroporto de Maceió (AL).
Os "cabos eleitorais" aceitaram o trabalho em troca de uma camiseta e de um sanduíche.
Lima disse ter gasto R$ 300 para organizar o apoio e contratar os dois ônibus. Segundo ele, as pessoas foram "espontaneamente" ao encontro de Quércia.
As pessoas, na maioria mulheres com filhos e adolescentes, foram recolhidas em Bebedouro, bairro periférico de Maceió.
Elas carregavam bandeiras e faixas e gritaram o nome de Quércia, quando o candidato deixou a sala vip do aeroporto, às 14h30.
Rosineide da Silva, 24, que levou o filho Rafael, 1, disse que aceitou o trabalho para pedir um emprego para o marido ao candidato peemedebista ao governo alagoano, senador Divaldo Suruagy.
"Em casa não tinha nada para comer. Então passou o ônibus do Quércia dando camiseta e o sanduíche e achei melhor aproveitar o passeio", disse a amiga de Rosineide, Rosinete Leandro, 23, que levou dois filhos.
As duas dizem que os maridos estão desempregados há vários meses. Rosinete disse que gostou de ter trabalhado porque assim pôde conhecer o senador Suruagy. "Ele é o futuro governador e o único que pode ajudar a gente".
Os 120 cabos eleitorais foram conduzidos em dois ônibus até o aeroporto e depois para a reitoria da Universidade Federal de Alagoas, onde Quércia fez palestra.
Na reitoria, eles ajudaram a completar as 300 cadeiras do auditório onde Quércia e sua candidata a vice, Iris de Araújo Rezende, discursaram.
Plano Real
Quércia disse ontem em Maceió que "o Plano Real só beneficiou os banqueiros e a elite empresarial de São Paulo".
O ex-governador paulista disse que, apesar de eleitoreiro, o plano não vai ajudar seu adversário Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para Quércia, o governo não teve forças para segurar os preços.
"O presidente Itamar pode tirar o cavalinho da chuva porque o plano não vai ajudar seu candidato", afirmou. Quércia, durante sua visita a Maceió, só se referiu a FHC como "candidato do Itamar".
O candidato defendeu a renúncia dos ministros do PMDB que ainda estão no governo Itamar.

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