São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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FHC vai ao segundo turno contra Lula

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 08/07/94

Há duas incorreções no quadro publicado. No item "Evolução no Estado de São Paulo", o candidato Fernando Henrique Cardoso aparece com 29% em 02/05 e 03/05, em vez de 21%. No item "Evolução da Intenção de Voto Espontânea", FHC aparece com 21% em 05/07 , em vez de 9%.
Diminuiu de 22 para 17 pontos porcentuais a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na sucessão presidencial. A constatação é da última pesquisa do Datafolha.
A pesquisa foi feita anteontem. Lula caiu de 41% das preferências para 38%. Trata-se de uma variação que foge à margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais.
FHC passou de 19% para 21%. Outro dado importante da pesquisa é que, se a eleição fosse disputada anteontem, haveria a necessidade de disputa de um segundo turno.
A soma das taxas dos demais candidatos atinge 41%, contra os 38% do petista.
Para liquidar a eleição no primeiro turno, um candidato precisará obter mais do que a soma de todos seus adversários.
A pesquisa confirma também a tendência à polarização entre Lula e FHC. Os outros candidatos não apresentaram alteraçõers significativas em relação ao levantamento anterior do Datafolha, feito entre os dias 9 e 13 de junho.
Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB) empatam com 7%. Esperidião Amin (PPR) fica nos 3%, e Enéas (Prona) pára em 2%. Flávio Rocha (PL) tem um único ponto porcentual.
Os indecisos e dispostos ao voto em branco ou nulo somam 21%. Todos os dados utilizados até agora referem-se à pesquisa estimulada, aquela em que é apresentado ao eleitor um cartão com os nomes dos candidatos.
Na pesquisa espontânea, ou seja, sem a apresentação do cartão, Lula também cai: passa de 22% para 19%. Nessa situação, o candidato tucano oscila de 8% para 9%.
O quesito rejeição também reservou uma surpresa desagradável para Lula: o veto ao petista cresceu de 20% para 24% do eleitorado.
FHC também é mais hostilizado agora. Sua taxa de rejeição agora é de 16%, contra 13% da pesquisa anterior.
O ex-governador fluminense Leonel Brizola tem a incômoda liderança na rejeição, com 41%.
Brizola é seguido aí por Quércia, que é descartado como opção de voto por 29% dos consultados.
Num eventual segundo turno entre Lula e FHC, o petista venceria por 47% contra 38%.
Mesmo aí, a pesquisa é animadora para o tucano. No levantamento anterior, a vantagem de Lula era maior (51% contra 36%).
Mesmo com a queda, Lula mantém a liderança em todas as regiões do país. Sua melhor marca é registrada no Nordeste (48%).
A vantagem de Lula repete-se em todas as divisões por faixa etária, escolaridade e renda familiar mensal.
A dianteira de Lula diminui quando cresce o nível de escolaridade e de renda do entrevistado.
Entre aqueles que têm renda familiar superior a dez salários mínimos, por exemplo, os candidatos do PT e do PSDB quase empatam (32% para Lula e 29% para FHC).

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