São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Brizola se diz chocado com casamento gay

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PDT à Presidência, Leonel Brizola, 72, disse que o homossexualismo pode "provir de uma enfermidade, de uma deformação". Ele disse sentir-se chocado com o casamento entre homossexuais.
Em entrevista à rádio Catedral, da Arquidiocese do Rio, Brizola comparou o homossexual ao viciado em drogas. "Ele (o viciado) foi fraco. Temos que ensejar seu restabelecimento", afirmou.
Na entrevista, Brizola evitou dizer se era contra ou a favor da descriminalização do aborto, mas condenou a prática como método de controle da natalidade.
Brizola disse que não cabia a um partido político uma definição sobre o assunto. Depois, defendeu a "participação decisiva" da mulher na discussão.
As declarações foram feitas ao programa "Vox Populi", do apresentador Sérgio Pereira da Silva.
Brizola afirmou que não se deve adotar, em relação ao casamento entre homossexuais, uma "atitude repressiva, policial". "Temos que ser tolerantes", afirmou.
Brizola disse também que, se eleito, irá intervir nos bancos e lavar o Banco Central (BC) "com água e sabão". Para ele, o BC está comprometido com os banqueiros.
Ele afirmou que os interventores poderão ser militares da reserva ou professores aposentados.
Afirmou, porém, que não deseja estatizar os bancos, mas diminuir a especulação e promover a descentralização do sistema bancário.
Pouco antes, em audiência com o arcebispo do Rio, d. Eugênio Sales, Brizola pediu uma benção à sua campanha e, segundo ele, foi atendido. Brizola disse que d. Eugênio "dá sorte".

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