São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Governo diverge sobre verba de emergência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de cortar investimentos em saneamento básico, o governo não conseguiu, até as 19h30 de ontem, chegar a um acordo e anunciar quanto é o dinheiro disponível para o projeto emergencial de combate da mortalidade infantil no Nordeste.
O texto do pronunciamento do ministro Beni Veras (Planejamento), distribuido à imprensa no final da tarde e publicado ontem pela Folha, anunciava que o Ministério da Saúde investirá R$ 747 milhões do Orçamento neste projeto. Anunciava também R$ 160 milhões de crédito extraordinário.
Os números anunciados antes pelo Ministério da Saúde eram bem menores: R$ 309,5 milhões ao todo. A assessoria do presidente Itamar Franco confirmou, ontem à tarde, este valor inferior ao anunciado por Beni Veras.
As principais ações previstas no plano são manter creches abertas nos fins-de-semana para alimentar crianças, distribuir medicamentos aos postos de saúde, acentuar combate a doenças e ampliar vacinação e estender o fornecimento de merenda escolar para julho e fins-de-semana.
O governo está liberando esta verba porque a Pastoral da Criança denunciou aumento médio de 30% na taxa de mortalidade infantil do Nordeste, no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 93.
Números do Nordeste
O Ministério da Saúde confirma este aumento. Segundo o Ministério, 174 crianças em Alagoas morrem antes de completar um ano de idade, a cada grupo de 1.000. Em 93, este número era de 120.
Na Paraíba, a taxa cresceu de 89, em 93, para 139, em 94. No Rio Grande do Norte, a variação foi de 85 para 148 e, em Pernambuco, de 108 para 118.
Estes dados foram obtidos por agentes de saúde do governo em regiões do Nordeste consideradas muito pobres. O Ministério da Saúde informa que não são dados oficiais.
O presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), dom Mauro Morelli, também falou, em rede de TV e rádio, sobre mortalidade infantil. Ele pediu a colaboração da nação para a redução da miséria.

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