São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Mãe mata filho doente com 6 tiros

MARCELO GODOY

MARCELO GODOY E ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vera Regina Weisheimer Manfredini, 44, foi autuada em flagrante anteontem, às 20h, sob a acusação de matar com seis tiros seu filho, André Luiz Weisheimer Manfredini, 20. Após balear o filho, Vera Regina teria tentado o suicídio.
André Luiz estava internado no quatro 272 do Hospital Oswaldo Cruz, na rua João Julião, no Paraíso (zona sul de São Paulo). Ele estaria com câncer.
Depois de duas operações, o rapaz iria passar por uma terceira cirurgia. Ele teria poucas chances de sobreviver.
A mãe e o padrasto do rapaz, José Benedito Pires Trindade, chegaram no hospital por volta das 20h de anteontem. Eles foram ao quarto de André Luiz.
Trindade não ficou muito tempo no quarto. Saiu para comprar café em um bar próximo do hospital, atendendo a um pedido da mãe.
Sozinha com o filho no quarto, Vera Lúcia teria sacado um revólver. Seis tiros foram disparados. As balas acertaram a nuca de André Luiz.
Em seguida, ela teria encostado o cano do revólver em sua cabeça e o disparado. A bala ficou encravada no osso frontal da testa de Vera Regina e não atingiu seu cérebro.
O segurança Tito Sérgio Martins Marafante, 31, ouviu os tiros e foi até o quarto de André Luiz. A porta estava trancada por dentro. O segurança usou a chave mestra e abriu a porta.
Segundo ele, a mãe estava sentada em uma poltrona com a arma na mão. O filho dela estava ensanguentado na cama.
O segurança disse que retirou a arma da mão de Vera Regina e a levou para a UTI do hospital. Ele trancou novamente o quarto e chamou a PM.
A mãe foi operada e a bala extraída de sua testa. Ela permanecia na UTI até a tarde de ontem, mas, segundo a polícia, não corria risco de vida.
O corpo do estudante foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) e deveria ser trasladado para Curitiba (PR), onde mãe e filho moravam.
O delegado Orlando Basílio Ivanov, 48, do 5º DP, disse ontem que irá ouvir os depoimentos da mãe e do padastro. Segundo ele, Trindade não prestou depoimento porque "estava transtornado".

Colaborou ANDRÉ MUGGIATI

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