São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Operações de crédito estão semiparalisadas

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

As operações de crédito no sistema bancário continuaram semiparalisadas ontem, terceiro dia de negócios com o real, por causa da indefinição sobre os juros dos CDBs (principal fonte de recursos para empréstimos).
Após reunião realizada ontem entre dirigentes da área de crédito pessoal, o vice-presidente da Acrefi, que reúne empresas de crédito, financiamento e investimento, Rogério Bonfiglioli, disse: "algumas financeiras decidiram não continuar operando".
Para o diretor de crédito da Febraban, Christoph Heinrich Von Beackedorff, "não há novos tomadores, só estão sendo rolados os empréstimos que estão vencendo".
Ambos apontam o baixo volume de captação de recursos com a venda de CDBs aos investidores como o principal fator de insegurança dos bancos na definição dos custos dos empréstimos.
O Bamerindus, segundo seu diretor Celestino Garcia Vidal, registrou ontem um início de reação na demanda, tanto por empresas quanto por pessoas físicas.
Ele confirmou o quadro de indefinição traçado por Bonfiglioli e Beackedorff, ressalvando que "as taxas estão mudando todo dia".
Vidal informou que as empresas dão preferência para os empréstimos prefixados de até 30 dias
Nos empréstimos prefixados de capital de giro garantidos por duplicatas, o Bamerindus cobrava ontem juros de 9,90% até 11,18% ao mês e de 11,70% até 13,40% quando as garantias eram outras.
Nos descontos de duplicatas com prazos de 12 a 40 dias, as taxas variavam de 9,20% a 10,09% ao mês, que equivalem, respectivamente, a 10,13% e 11,22% efetivos, porque nessas operações os juros são cobrados no início.
No crédito pessoal, os juros do Bamerindus para empréstimos prefixados de 30 a 120 dias variavam de 12,30% a 14,90% ao mês.
Nos empréstimos pós-fixados, os custos eram de 3% ao mês para prazos de até um ano e de 4% até dois anos, ambos calculados após a correção pela TR.

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