São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Fiesp quer fim do IPMF e queda dos juros

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) vai pedir hoje ao ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, a extinção do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras).
A informação é do presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que tem um encontro Ricupero previsto para esta tarde na sede da entidade.
Aprovado pelo Congresso, no ano passado, o IPMF tem prazo de duração até 31 de dezembro de 94.
Moreira Ferreira afirmou que a indústria paulista quer medidas concretas para a liberação "das forças produtivas do país".
Ele disse que o real está indo bem, mas advertiu que os arredondamentos de preços na passagem para a nova moeda representam um perigo para a estabilização.
Veja a seguir os principais trechos da entrevista.

Folha - Como sr. avalia os primeiros dias do real?
Carlos Eduardo Moreira Ferreira - Tirando o grande problema dos juros altos e o pequeno problema da falta de moedinhas, o real está fluindo normalmente.
Folha - Qual é a reivinidicação que a Fiesp leva ao seu primeiro encontro pós-real com o ministro Ricupero?
Moreira Ferreira - Precisamos de mudanças para liberar as forças produtivas do país.
Entre elas, a desoneração fiscal das exportações e o fim do IPMF.
É preciso que o IPMF seja extinto antes do prazo de 31 de dezembro.
Seria uma ótima medida, porque esse imposto, que incide em cascata sobre a cadeia produtiva, fica extremamente oneroso nos preços em reais.
Folha - O que mais precupa a indústria?
Moreira Ferreira - O alto patamar dos juros, que é o ponto nevrálgico do plano para a atividade produtiva, e os arredondamentos de preços em desacordo com as regras na entrada do real.
A prática de arredondamentos é um perigo para a estabilidade dos preços .
Os consumidores não devem aceitar qualquer tipo de arredondamento a que pretexto for.
Folha - Folha - A estabilidade do real precisa de juros altos?
Moreira Ferreira - Esse é um problema sério, mas acredito numa queda dos juros antes do fim do mês.
Vai haver aumento de consumo com a estabilidade, mas a indústria está pronta para responder à expansão da demanda, que não será explosiva, com o aumento da produção.

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