São Paulo, quinta-feira, 7 de julho de 1994
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Desenho no gramado camufla improviso

NOELLY RUSSO; ROGERIO SCHLEGEL
ENVIADA ESPECIAL A DALLAS

ROGERIO SCHLEGEL
As faixas, listras e círculos desenhados nos gramados norte-americanos da Copa não são apenas um recurso estético. Eles servem para camuflar o improviso dos estádios da Copa.
Os nove estádios do Mundial são normalmente usados para o futebol americano, que tem marcas próprias na grama.
"As administrações dos estádios quiseram evitar que sombras das marcações do futebol americano pudessem aparecer e prejudicar as novas linhas, feitas para o futebol", afirma o arquiteto da Fifa responsável pelos estádios da Copa, Jerry Anderson.
No futebol americano, o campo tem 21 marcas, paralelas ao que seria a linha de fundo.
As marcações são semelhantes às linhas que delimitam laterais e áreas do futebol e servem para registrar os degraus no avanço dos times.
O arquiteto afirma que isso ajuda no esforço para popularizar o futebol nos Estados Unidos, além de firmar a imagem de boa organização do Mundial.
Há várias formas de "colorir" o gramado (leia texto nesta página). Os estádios norte-americanos usam a técnica do corte (veja quadro nesta página).
Modelos
Segundo Anderson, a escolha do desenho dos campos ficou a cargo da administração de cada estádio. A Fifa só exigiu que os gramados estivessem com boas condições para o futebol.
O estádio de Stanford, em São Francisco, onde o Brasil jogou três de seus quatro jogos até agora, tem largas faixas paralelas à linha de fundo.
No Silverdome, em Detroit, há listras nos dois sentidos do gramado, deixando o campo com a aparência de um tabuleiro de xadrez.
O Foxboro, em Boston, tem faixas diagonais que se cruzam no círculo central.
Os administradores do Soldier Field, em Chicago, capricharam: o desenho tem círculos que vão se ampliando a partir do meio-de-campo.
Esse estádio é o melhor exemplo da eficiência e rapidez do corte da grama para produzir os desenhos. Uma semana antes da Copa, ele ainda não tinha os círculos "pintados".
No jogo de abertura do Mundial, entre Alemanha e Bolívia, o novo modelito já estava plenamente implantado.
Há mais variações. Alguns gramados têm o círculo central e as áreas xadrez. Outros invertem o sentido das faixas nas áreas.
O Cotton Bowl, em Dallas, não tem qualquer desenho, embora também seja normalmente usado para jogos de futebol americano.
Esse esporte também usa gramados "coloridos". Nesse caso, porém, as faixas são sempre paralelas à linha de fundo e acompanham as linhas que marcam o avanço das equipes.

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