São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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Preço despenca em hipermercados

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os preços despencaram nos supermercados e hipermercados de São Paulo na primeira semana do real. É o que mostram pesquisas do Datafolha, Procon e Dieese. O levantamento do Datafolha, que compara preços de 29 de junho com os de 6 de julho, mostrou que dos 96 produtos pesquisados semanalmente, 66 recuaram de preços em São Paulo.
Nos hipermercados, a queda média foi de 2,18%. Nos supermercados, o recuo atingiu 0,88%. Outra pesquisa do Datafolha, que compara apenas os preços de alimentos básicos, mostrou queda de 3,05% de 1º a 6 de julho.
O custo da cesta básica do Procon/Dieese voltou a cair ontem. Foi a quarta queda consecutiva. O preço da cesta recuou para R$ 105,93, com queda de 0,08% no dia.
A pesquisa do Procon/Dieese engloba 68 produtos e é feita em 70 supermercados de São Paulo. A queda nos últimos quatro dias foi de 1,67% e no mês, de 0,45%.
As altas registradas neste mês foram poucas e a geada de há 15 dias foi uma das principais responsáveis pela elevação. Na pesquisa do Datafolha, a maior elevação foi os 14,2% do tomate.
O feijão veio a seguir, com alta de 11% em seus preços. Cebola e batata também estiveram nesta lista, mas com pressão menor: 4,2% mais.
O anúncio dos supermercados de que alguns acertos ainda eram necessários no Plano Real realmente ocorreram, principalmente nos produtos industrializados.
A pesquisa do Datafolha constatou que requeijão e salame estiveram entre as maiores altas. Os paulistanos pagaram, em média, 6,3% mais por estes produtos na primeira semana do real.
A tendência de queda foi generalizada porque os supermercados aumentaram o número de ofertas. Dos 96 itens pesquisados, 67 estavam promoção em pelo menos um dos supermercados.
As maiores quedas da última semana se concentraram nas farinhas, com redução média de 3,97%, e nos produtos de limpeza, onde a retração foi de 2,4%.
Entre as farinhas, os derivados de milho foram os que mais tiveram os preços reduzidos. O fubá recuou 11%, enquanto a maisena baixou 4,4%.
Os consumidores paulistanos pagaram menos também pela farinha de mandioca (-3,87%) e pela farinha de trigo (-1,07)%. Todos estes produtos estiveram em oferta.
Entre os produtos de limpeza, onde também a tendência foi de ofertas de produtos, as principais desacelerações ficaram para água sanitária (-7,69%) e desinfetante (-5,24%).
O único produto do setor que não caiu de preço foi o sabão em pó, que manteve seus valores estáveis.
A dispersão de preços continua grande e em vários casos supera 100%. A diferença entre o menor e o maior preço do lombo refriado encontrado pelos pesquisadores do Datafolha chegou a 152%.
No caso do papel higiênico folha dupla e do palmito em lata, a dispersão foi de 124% e 103%, respectivamente.
O efeito das geadas da terceira semana de junho continua presente nos preços dos hortigranjeiros. Alguns produtos mais que dobraram de preço. A couve comum liderou com alta de 172,48% na semana, seguida pelo pepino (100%).

LEIA MAIS sobre preços na pág. 2-7

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