São Paulo, sábado, 9 de julho de 1994
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Meia fica insatisfeito com atitude de Parreira

JOÃO MÁXIMO
ENVIADO ESPECIAL A DALLAS

Raí sentia-se ontem como se a reserva fosse um fato consumado e definitivo: "Da outra vez (véspera do jogo com os Estados Unidos), Parreira me procurou no hotel para me explicar por que eu seria substituído. Desta vez, ele anunciou o time dentro do campo."
Raí acha que a seleção brasileira tem "muito que mostrar ainda". Não quis analisar a manutenção de Mazinho em seu lugar ("Vocês podem conversar com o técnico...") e disse que, no momento, o importante é que ele está torcendo pela seleção. E está tão concentrado nela que nem quer falar sobre sua possível transferência para o Mônaco.
O silêncio de Parreira, porém, não significa que seja impossível o ex-capitão entrar durante o jogo de hoje. Na verdade, ele é uma das cinco opções táticas do técnico:
1. Substituição de Branco, se este não se sair bem, por Cafu, que se diz preparado para jogar na lateral esquerda: "Acho justa a entrada do Branco. Ele é o especialista da posição. Mas, se for preciso, estou aqui."
2. Substituição de Branco, na mesma eventualidade acima, desta vez por Mazinho. Neste caso, Raí entraria na meia: "O importante, para mim, é jogar. Mas o professor (Parreira) já nos disse que, em princípio, não devo mudar meu modo de jogar."
3. Substituição de Zinho por Raí. O primeiro garante que vai fazer hoje sua melhor partida nesta Copa, mas, até agora, jogou 338 minutos sem render o que pode.
4. Substituição de Jorginho por Cafu ou Mazinho, processando-se, em consequência, o mesmo que do outro lado, no caso de Branco. Jorginho sente dores no joelho.
5. Entrada de Muller como primeira opção para reforço do ataque.
O estado de espírito de Branco, a única mudança já confirmada, era o oposto do de Raí. Após o treino de ontem, foi obrigado a responder repetidas perguntas sobre Overmars, o veloz ponta holandês que provavelmente jogará pelo seu lado: "Conheço ele, sei que é bom, mas nunca fui de me assustar com jogador adversário. Sei exatamente o que tenho que fazer."
Para Branco, este é um jogo como outro qualquer: "Vou jogar mais plantado do que de costume, mas, se os homens derem um espaçozinho, vou lá na frente, tentar a linha de fundo e os chutes a gol. Não me me venham falar em falta de ritmo. Ritmo se ganha jogando. Como aconteceu com Aldair, Márcio, Mazinho e Cafu."

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