São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Opção pela poupança garante rentabilidade

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira Folha de investimento rendeu 43,24% entre 6 de junho e 6 de julho de 1994. A variação da Ufir no período foi de 40,20%.
Alfredo Neves Penteado Moraes, vice-presidente do Banco ABC-Roma, decidiu deixar o dinheiro amparado pelas cadernetas de poupança.
A poupança teve excelente resultado no período.
Havia incertezas na época sobre eventual congelamento da Ufir e a caderneta tinha a vantagem da isenção do Imposto de Renda e a garantia de juros reais (acima da inflação).
No cálculo da Taxa Referencial, o governo estabeleceu um redutor de 1,2% ao mês. Ocorre que o mercado trabalhava com juro real de 2,75% nos negócios entre instituições financeira.
Isso dava um claro sinal de que, mesmo com o redutor, os juros reais das cadernetas seriam expressivos, diz Moraes.
O balanço das aplicações financeiras demonstrou que no período as cadernetas estiveram entre as melhores aplicações.
Os grandes investidores conseguiram no período, nos CDBs indexados à TR, rentabilidade bruta de 44,04%, que se reduzia a 42,74% após os impostos.
Os fundos de commodities –que aplicam em títulos públicos e privados– têm a vantagem da retirada a qualquer momento, passado o período inicial de 30 dias.
Os fundos de commodities tiveram rentabilidade bruta de 43,81%, que se reduziu para 42,78% após os impostos. As cadernetas de poupança renderam 43,2450% no mesmo período.
Moraes diz que as cadernetas continuam ganhando dos CDBs para quantias menores.
Os investidores de quantias reduzidas não têm cacife para conseguir as melhores taxas dos CDBs prefixados. As cadernetas continuam sendo porto seguro para as quantias menores.
Os CDBs indexados à TR de 120 dias têm poucos negócios, por causa do prazo da aplicação.
Os grandes investidores estão tendo agora como opção o mercado acionário. Segundo ele, quem está definindo a tendência das Bolsas é o capital estrangeiro. A quantidade de ações no mercado é limitada e a entrada de dinheiro externo valoriza os papéis.
É reduzido o volume de novas emissões de ações e a oferta de papéis está ocorrendo praticamente pelas vendas do BNDES. Os investidores nacionais estão se antecipando na compra de ações para vender para estrangeiros.
Moraes observa que, antes de entrarem no mercado acionário, os investidores analisam o custo de oportunidade, ou seja, fazem comparações com o rendimento que poderiam obter em títulos de renda fixa.
O investidor estrangeiro considera os papéis brasileiros atraentes, pois faz comparações com o rendimento que poderia receber em outras aplicações no exterior.

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