São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Cartões negam cobrança a mais em dólar

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa da troca de moeda, a paridade nos primeiros dias úteis do real (US$ 1 valia R$ 1) gerou reclamações junto ao Banco Central por parte de portadores de cartões internacionais.
Mas, segundo Nilton Volpi, presidente da Abecs, associação que reúne as empresas do setor, as administradoras estão seguindo as normas do BC na cobrança de compras feitas em dólar.
Segundo Volpi, as reclamações dos são infundadas. "Todo mundo está seguindo as regras do jogo". Ele diz ainda que não haverá devolução de dinheiro.
Nos primeiros dias (4 e 5 de julho), explica, a variação da taxa flutuante do dólar (usada na cobrança) foi grande.
"Mas, com a estabilização do real, as administradoras passaram a cobrar de acordo com a variação do mercado", afirma.
O BC fechou as variações da taxa flutuante do dólar na semana com as seguintes cotações: R$ 1 (segunda e terça), R$ 0,98 (quarta e quinta) e R$ 0,97 (sexta).
Naturalmente, cada administradora teve a sua cotação. A Credicard (que administra os cartões internacionais Gold, International e Diners Club International) fixou a taxa em R$ 0,97 de segunda a quarta e em R$ 0,94 na quinta e sexta (período da tarde).
A Bradesco Visa praticou as mesmas cotações do BC até quarta-feira, na quinta fechou em R$ 0,96 e, na sexta-feira, em R$ 0,95, afirmou Márcio Santos Souza, diretor do Bradesco para a área de cartão de crédito.
Ele explica que está havendo um mal-entendido. "Ninguém pagou a mais". Souza afirma que o câmbio flutuante varia de acordo com o custo de remessa de dólares para o exterior.
Variações à parte, o Banco Central faz um alerta: a taxa do dólar flutuante fixada pelas administradoras deve variar entre o mínimo e máximo registrado no dia, mais o custo financeiro da operação.
Para que o portador do cartão possa ter uma referência, o BC recomenda que consulte a cotação oficial junto a um banco autorizado a operar com câmbio.
Se o usuário sentir que a diferença é muito grande, deve reclamar junto ao BC.
O Procon também aceita reclamações. "Os cartões estão cobrando a mais. Vamos buscar a devolução", diz Mariângela Sarrubbo, assistente de direção.

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