São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Sacchi elogia a atuação do goleiro Pagliuca

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A BOSTON

Um homem discretíssimo, de fala mansa, o sorriso eternamente à disposição do seu interlocutor, Arrigo Sacchi jamais utiliza verbos no singular. O mister da Itália não se considera um comandante, muito menos um mestre.
"Faço parte de um grupo", ele prefere afirmar. "Uma peça apenas, não necessariamente a principal, e não necessariamente indispensável." Antes da Copa, todavia, num instante raro de afirmação, Sacchi prometeu classificar a sua "Azzurra" 'a fase semifinal da competição: "Chegaremos entre os quatro melhores".
Antonio Matarrese, o presidente da federação da Bota, ficou furioso: "A Itália não pode se contentar, de novo, com uma terceira colocação". O presidente exige, no mínimo, a disputa da decisão. E agora, que diz Sacchi, depois de tantas complicações ultrapassadas?
"Eu não me sentirei especialmente contente se continuarmos jogando mal e realizando os nossos gols no encerramento das partidas", observou ele, no caminho dos vestiários do estádio de Foxboro. "Os meus rapazes são capazes de performances superiores. De todo modo, a cada novo jogo nós superamos um trauma diferente. Contra a Espanha, erramos centenas de passes, inclusive na defesa. Felizmente, tivemos Pagliuca."
O arqueiro recebeu no Foxboro os abraços de sua vida. "Para isso eu me preparei quase seis anos", comentava Pagliuca, 27, recordando os seus idos de terceiro reserva na Copa de 90 e a sua batalha para superar colegas mais experientes na predileção de Sacchi.
Companheiro de quarto de Roberto Donadoni na concentração de Martinsville, em Nova Jersey, Pagliuca só acalentava um modo de celebrar a sua atuação, ontem à noite: ganhar do colega na sinuca. Nesse departamento, na "Azzurra", ninguém bate Donadoni. (SL)

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