São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994 |
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Romênia quer vencer no contra-ataque
UBIRATAN BRASIL
Se vencer a Suécia às 16h30 (horário de Brasília), no Stanford Stadium, em San Francisco, a equipe comandada pelo técnico Anghel Iordanescu garante a posição inédita de uma das quatro melhores equipes do mundo. "É uma glória que não se imaginava há quatro anos, quando não passamos das oitavas-de-final, na Copa da Itália", disse Iordanescu. O técnico apostou alto para conseguir tal façanha. Dono de um estilo impetuoso, montou o time pensando mais no ataque que na defesa. Com isso, conseguiu tanto vitórias consagradoras como derrotas inesperadas. A Romênia fez três gols em dois dos adversários mais temidos da Copa: Colômbia (3 a 1) e Argentina (3 a 2). Mas sofreu quatro da Suíça (4 a 1), que foi eliminada nas oitavas-de-final, depois de ser goleada por 3 a 0 pela Espanha. "Nosso estilo é acreditar na própria equipe sempre", diz o atacante Florin Raducioiu, que volta ao time principal depois de ter cumprido suspensão automática contra a Argentina. Iordanescu armou o time para enfrentar hoje a Suécia acreditando na igualdade entre as seleções. O treinador preferiu privilegiar a posse da bola, acreditando ter assim o comando da partida. Nos treinos que dirigiu durante a semana, todos fechados para o público e a imprensa, Iordanescu exigiu que todos os atacantes tocassem rapidamente na bola, impossibilitando uma ação mais efetiva dos defensores. A expectativa é melhorar a atuação da seleção romena em relação ao amistoso contra a própria Suécia (1 a 1), disputado no início do mês passado. "Foi um jogo equilibrado, em que os dois times não podiam perder porque atrapalharia a concentração para o Mundial", disse o goleiro Florin Prunea. "O momento agora é outro, que não permite um empate. A Romênia aprendeu a ser mais impetuosa, o que lhe garante vantagens." Euforia Tal condição, porém, pode trazer alguns problemas. Preocupado com a empolgação excessiva dos jogadores, o técnico Iordanescu teve que manter uma conversa reservada com cada um de seus atletas. "Estávamos realmente muito eufóricos com a vitória sobre a Argentina. Afinal, derrubamos um bicampeão mundial", confirmou o meia Ilie Dumitrescu. "Mas, aos poucos, voltamos a tomar consciência de que a situação só tende a piorar para o time que quer ser campeão." A volta à concentração evidenciou um problema que a equipe vem enfrentando desde as eliminatórias para a Copa: um perigoso número de gols tomados. "Procuramos criar um sistema de proteção aos nossos defensores, principalmente utilizando os jogadores do meio-campo", afirmou o goleiro Prunea. Para essa função, o técnico romeno deve escalar Selymest, que foi eficiente contra a Argentina. O meio-campo deve também favorecer o meia Gheorghe Hagi, considerado o principal articulador das jogadas de ataque. "Hagi representa 50% do nosso time", acredita o meia Dumitrescu. "Se ele joga inspirado, nossa vitória é quase certa." Consciente da importância do jogador e ciente também de que os suecos não pretendem armar uma marcação individual, o técnico Iordanescu orientou o time a jogar de forma bastante compactada. Isso significa que a Romênia vai ser um time muito preocupado com a defesa, esperando um contra-ataque armado por Hagi. "Nossa tática é o time não deixar o adversário fazer gol e preparar a jogada para Hagi, quem sabe, resolver a partida", explica o volante Ioan Lupescu. Texto Anterior: Espanha atacou sem ter eficiência Próximo Texto: "Timidez dificultou adaptação" Índice |
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