São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Brasil passou pela partida fundamental

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A DALLAS

Meus amigos, meus inimigos, foi a melhor partida do Brasil e uma vitória fundamental para os próximo jogo. O Brasil ganha peso, consistência e aguarda tranquilo a decisão do adversário hoje.
A Suécia nós já conhecemos. É um time duro de vencer. Mas também será muito duro para eles ganharem do Brasil, mesmo que joguem com o artilheiro Dahlin. Já a Romênia, é ardilosa e matreira. É menos transparente. Passar pela Holanda era estratégico para o Brasil se posicionar bem no torneio. Ganhou de um adversário do primeiro time da seleções mundiais. Isto dá nova moral ao time.
Carlos Alberto Parreira está conseguindo triunfar com os seu conceitos. É bom que se diga antes: se o Brasil ganhar, os méritos são em grande parte dele.
A Holanda foi um time lento, sem imaginação, de muito toque de bola sem objetividade, além de errar muitos passes. Só atacou quando perdia por 2 a 0.
A defesa brasileira, no final, complicou bastante. Mas quem tem Bebeto e Romário, tem quase tudo.
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Pode dar qualquer coisa no jogo de hoje entre a Suécia e a Romênia. A Suécia tem, talvez, o time mais organizado taticamente de todos que chegaram às quartas-de-final.
A Romênia tem um contra-ataque explosivo, rápido, demolidor. E tem o Hagi, que muitos acham que será o jogador deste Mundial.
É o conjunto da Suécia contra a qualidade individual da Romênia. Mais do que o encontro de dois times, o encontro de duas filosofias diferentes de jogar futebol.
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Se a Alemanha não ganhar hoje, será a maior surpresa desta Copa e talvez uma das maiores de todos os tempos.
A Alemanha é um time bom, com jogadores experientes, está descansada e, além de tudo, tem, talvez, o melhor banco de reservas de todos os times que vieram aqui aos EUA jogar o Mundial.
A Bulgária tem um meio-de-campo dedicadíssimo, mas fraco, e enfrenta crises seguidas de relacionamento entre seus jogadores, que discutem o tempo todo dentro do campo.
Hristo Stoichkov é o maior mala sem alça desta Copa. Reclama do time, reclama do juiz, reclama dos adversários e reclama do técnico. É o avesso do avesso de Juergen Klinsmann.
Mas vamos ver ao lado de quem estarão hoje os deuses da bola.
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Meus amigos, meus inimigos, Itália é Itália e Espanha é Espanha.
Não iriam mudar justamente em quarta-de-final histórica para os dois.
A Itália que chegou à Copa ensaindo jogar com três atacantes, não fez uma boa campanha e ontem não deu outra.
Entrou ontem em campo com um atacante, Massaro, que seria o reserva.
A Espanha, que ninguém esperava muita coisa, chegou às quartas melhor do que a encomenda. E também não regateou: entrou sem nenhum atacante.
Depois entrou Julio Salinas, que é o mesmo que nada. No segundo tempo, Arrigo Sacchi ousou mais. Tirou Albertini, pôs Signori e venceu. Ontem era dia dos Baggios.

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