São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Nenhum lateral está brilhando nesta Copa

ALBERTO HELENA JR.
EM LOS ANGELES

Se puxar pela memória, poucos craques me encantaram nesta Copa, até aqui.
Vamos ver, goleiro, ah, sim, Preud'Homme, o veterano arqueiro da Bégica deu lições de arrojo, dedicação e reflexos embaixo dos três paus. Falhou num gol de cabeça, nem me lembro de quem, mas fechou o gol. Aliás, ele vem fazendo isso há várias Copas, três, creio.
Lateral, por incrível que pareça, nenhum me chamou a atenção. Nem mesmo nosso Jorginho, que já na Copa passada negou fogo, na hora decisiva. Trata-se de um grande jogador, mas, não sei, quando chega na Copa, reflui.
E olha que era de se esperar que eles luzissem. Afinal, todo mundo dizia que o único caminho nesta Copa seria pelas laterais. Não foi, pelo visto.
Já na zaga central quem me chamou atenção não foi nem o holandês Koeman, que me pareceu gordo e fora de forma, nem mesmo o maravilhoso italiano Franco Baresi, que praticamente encerrou a carreira no segundo jogo da Itália.
Gostei mesmo desse Alex Lalas, o americano com perfil de Tio Sam, faltando apenas a cartola estrelada e a casaca tricolor. Comanda seu time lá atrás, marca, despacha e ataca com um vigor fora do comum.
No meio-campo, quem começou a brilhar foi, claro, Maradona. Parecia um milagre, pois alguns meses atrás ele se arrastava em campo, gordo e depressivo. Tanto que nem o Argentino Juniors o bancou.
Em seu lugar, entrou o romeno Hagi, um canhoto da melhor estirpe, na linha direta de Overath, Gérson e Van Hanegen.
No ataque, Romário reinou junto com Klinsmann, esse alemão alucinado, para quem não há bola perdida, nem vesga, que ele mete lá. Romário é o flash, Klinsmann o artífice.
Dizem que o futebol de hoje em dia é isso mesmo. Não posso crer. Tenho visto coisa melhor por esse mundo afora.

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