São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Boas áreas para incorporação hoje são raras

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Incorporadores e construtores estão sempre à caça de terrenos bem localizados, com zoneamento que permita o lançamento de novos prédios.
Mas a tarefa torna-se cada vez mais difícil em São Paulo, já que a cidade não dispõe mais de muitos lotes com essas características.
Para avistar "clarões" em pontos de boa localização, alguns profissionais do setor voam periodicamente de helicóptero pela cidade.
"Entre os bons terrenos que sobraram, quase sempre há problemas para negociação", diz Odair Senra, 47, diretor de incorporações da construtora Gafisa.
Os donos às vezes não querem vender ou há outros entraves: o lote tem problemas de documentação ou é alvo de inventário.
Senra diz que apesar de atualmente a construtora estar tentando comprar alguns terrenos "complicados", não se trabalha com uma expectativa muito otimista.
Lotes adequados à incorporação hoje são raros. "Para se montar um bom empreendimento é preciso lotes amplos", afirma.
Senra diz que para locais com zoneamento Z3 o necessário seria terrenos com cerca de 2.000 m2.
Na Z2, que permite aproveitamento menor que a Z3, a área precisaria aumentar para 4.000 m2. "Em pontos bem localizados, onde há isso em São Paulo?", diz.
Para driblar esse problema, nos últimos anos a Gafisa passou a comprar áreas maiores –disponíveis em bairros distantes do centro.
Dessa forma, a empresa cria os lotes com a dimensão desejada e planeja todo o empreendimento, inclusive demarcando ruas.
Fez isso no bairro chamado de Morumbi Sul (zona sul) e agora está lançando no local que batizou de Nova Pinheiros (zona oeste).
"Montar bairros é oneroso e demorado. Exige doação de áreas públicas e paciência com a burocracia. Mas é uma saída para manter a qualidade dos empreendimentos." (Telma Figueiredo)

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