São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Morte lança dúvida sobre esforços pela paz

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A morte do dirigente norte-coreano Kim Il-sung foi recebida com preocupação na Coréia do Sul. Depois de 49 anos de tensão na península coreana, um inédito encontro de cúpula bilateral estava marcado para 25 a 27 de julho.
"Ele era humano e sabíamos que morreria. Mas, com a cúpula logo adiante, teria sido melhor que ele morresse mais tarde", disse em Seul um sul-coreano identificado apenas pelo sobrenome Lee.
O acordo para a realização do encontro entre Kim Il-sung e o presidente Kim Young-sam, da Coréia do Sul, foi feito há duas semanas, depois de uma inédita visita do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter a Pyongyang.
Com o país em crescente isolamento após a extinção da URSS, em 1991, cresceu no Ocidente o temor de que o imprevisível regime norte-coreano poderia lançar-se a uma nova aventura militar.
A esse temor juntou-se a preocupação com o programa nuclear da Coréia do Norte, suspeito de estar dirigido para o setor militar.
Sob pressão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU), Pyongyang permitiu inspeções limitadas em sua usina de Yongbyon. Mas os inspetores internacionais não puderam ver o processo de substituição de combustível de um dos reatores.
Isso intensificou a suspeita de que os norte-coreanos estariam desviando parte do material para fazer bombas atômicas.
Os EUA reagiram enviando mísseis defensivos Patriot à Coréia do Sul (onde estão estacionados 37 mil soldados norte-americanos) e passando a defender na ONU a imposição de sanções econômicas.
A China, porém, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, manifestou-se contra sanções.
O fim do impasse veio com a visita de Carter, seguida pelo anúncio da retomada do diálogo Coréia do Norte-EUA (cancelado ontem) e do acordo para a cúpula.
Agora, tudo dependerá da atitude de Kim Jong-il, virtual sucessor de seu pai em Pyongyang.

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