São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Autor escala Tereza Seiblitz para especial

Suassuna exige que atriz estrele 'Uma Mulher Vestida de Sol'

DA SUCURSAL DO RIO

Tereza Seiblitz ficou toda prosa ao saber que o escritor e acadêmico Ariano Suassuna a havia indicado para protagonizar "Uma Mulher Vestida de Sol", especial adaptado para a TV a partir de sua obra homônima.
Antes mesmo de saber, a Joaninha de "Renascer" já havia perguntado ao diretor Luiz Fernando Carvalho se haveria teste para a personagem principal –Rosa.
Carvalho –também escolhido por Suassuna para a adaptação– disse a Tereza que o papel já era dela. "Fiquei felicíssima e muito nervosa pela responsabilidade", diz a atriz.
O resultado poderá ser conferido depois de amanhã, data em que a Globo promete exibir o especial. "Nunca vi nada na TV com esse tipo de linguagem", antecipa ela.
Tereza, 30, se refere ao cenário abstrato que sugere o Sertão e ao fato de Carvalho ter gravado tudo com uma só câmera. "Não é como o teleteatro antigo, mas também é diferente das novelas", diz.
Rosa é filha de um fazendeiro nordestino, Maranhão (Raul Cortez), que matou a mulher porque ela era muito alegre. Ainda adolescente, a moça se apaixona pelo filho do principal rival do pai.
"Ela é como uma rosa: frágil, de duração breve, mas ao mesmo tempo exuberante", compara a atriz, que para construir a personagem se valeu mais do experimentalismo que da teoria.
Suassuna, que trabalhou na adaptação com Carvalho, parece ter gostado. Já mandou fitas e bilhetes carinhosos a Tereza, com quem falou apenas por telefone.
Ela também está encantada com a obra do escritor e mandou carta pra ele dizendo o que achou de "O Rei Degolado/Ao Sol da Onça Caetano", texto de Suassuna que transformou em livro de cabeceira.
"Tomara que esse especial sirva para que suas obras sejam reeditadas. Acho que todo brasileiro gostaria de ler o que ele escreve", afirma.
Ainda de ressaca das cansativas gravações do especial, Tereza não sabe qual será seu próximo trabalho. Aulas de dança e de colocação de voz, entretanto, continuam em sua agenda.
Agora que eliminou a miopia e os óculos, graças a uma cirurgia, resolveu entrar em uma auto-escola para tirar sua carteira de motorista.
"Eu até gostava dos óculos, pois quando os tirava curtia uns visuais tipo Van Gogh. Mas era difícil contracenar com outros atores sem óculos. Eu não via a emoção nos olhos deles. Era péssimo". (Marcelo Migliaccio)

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