São Paulo, domingo, 10 de julho de 1994
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Venda de novos cai na 1º semana do real

MARIA ALICE ROSA
DA REPORTAGEM LOCAL

Venda de novos cai na 1ª semana do real
Queda foi de 80% em revendedoras Fiat e Chevrolet e atingiu 40% nas lojas Ford, segundo as associações
O mercado de carros novos parou na primeira semana de vigência da nova moeda, o real.Pelos cálculos das associações nacionais de revendas, a queda foi de 60% a 80% na rede Fiat e de 40% na Ford. Quem vendia cinco carros por dia passou a vender um nas concessionárias Chevrolet.Para a Fenabrave (federação nacional de distribuidores), essa retração vai durar pouco.O presidente da entidade, Sérgio Reze, acredita que o governo não manterá sua política de juros altos por muito tempo.Para ele, os juros altos são um dos principais motivos da queda nas vendas."As pessoas estão agindo com cautela, tentando descobrir o que vem pela frente", disse Bruno Caltabiano, presidente da Abradif (associação das revendas Ford)."Muitos compraram dólares e, com a defasagem frente ao real, decidiram adiar a compra", segundo Mauri Missaglia, presidente da Abrac (revendas Chevrolet).José Maurício Andretta Júnior, presidente da Abracaf (associação das revendas Fiat) considera a queda própria de um período de adaptação às mudanças.Ele acredita que, já nos próximos dias, quem estava querendo comprar carros fechará negócio."O mercado está parado, mas não encolheu", diz Reze. Outro problema continua sendo o fornecimento de modelos "populares".A espera pelo Corsa dura de cinco a seis meses, segundo Missaglia. "Em agosto ou setembro a produção deverá aumentar de 6.000 unidades por mês para 7.000 ou 8.000", afirma.
Consórcios
Os consórcios devem ser beneficiados pelo real através da esperada sincronia entre preços e salários, mas, até agora, o setor não deslanchou, avalia Alencar Burti, presidente da Abrad (associação de empresas de consórcio).A venda de cotas cresceu 30% desde a implantação da URV, em março, e permaneceu nesse patamar nos últimos dias.Mesmo assim, Burti aposta em crescimento de 10% nos negócios ainda neste mês. Em um ano, ele estima que a participação do segmento na venda global de carros crescerá dos 19% atuais para 25%

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