São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 1994
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Rússia agora participa de debates políticos

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

O dia de ontem foi exclusivamente dedicado aos problemas políticos. O fato mais importante foi a participação do presidente russo, Boris Ieltsin, como associado.
O convite tem forte conotação diplomática. Os países ricos querem mostrar que a Rússia agora é aliada e tem voz ativa nos debates.
O G-7 só não se transforma totalmente em G-8 porque os graves problemas econômicos da Rússia não permitiriam.
Mas, se a Rússia resolver esses problemas (como a inflação, que foi de 542% no ano passado), o grupo estaria disposto a aceitá-la.
Ieltsin gostou de ser convidado. "Demos um passo histórico em direção a uma maior integração com os países democráticos e com economias de mercado", disse.
Essa declaração e sua atitude na reunião, sempre de acordo com os desejos dos outros sete, mostram que Ieltsin sabe da importância da aliança com os países ricos para ajudar a Rússia a sair de crise.
Ieltsin deve se encontrar com Clinton em setembro.
O G-8 pediu para que os croatas, sérvios e muçulmanos aceitem a proposta de um plano de paz antes do dia 19 próximo.
Segundo esse plano, 51% do território da Bósnia seriam da federação croata-muçulmana e os 49% restantes ficariam com os sérvios. Atualmente, os sérvios controlam cerca de 70% da Bósnia.
Além disso, apoiaram a iniciativa francesa em Ruanda. A França está mantendo homens no país desde junho, em uma "missão humanitária".
Já tentou obter apoio militar de seus parceiros, mas até agora nenhum país europeu ou os EUA decidiram se envolver diretamente.
O premiê francês, Edouard Balladur, vai hoje à ONU pedir que a organização mande soldados para o país africano, para que os franceses possam voltar para a casa.
Outros problemas discutidos foram as pretenções nucleares da Coréia do Norte e o crescimento do fundamentalismo em diversos países, como na Argélia. (ALz)

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