São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994 |
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PT decide iniciar ofensiva contra o Real
CARLOS EDUARDO ALVES; EUMANO SILVA
O calendário definido ontem pela coordenação da campanha de Lula estabelece que o candidato fará dez comícios em capitais para criticar o Plano Real. Agosto foi escolhido por duas razões: coincidência do início do horário eleitoral gratuito e porque o PT imagina que naquele mês a população já terá percebido o "efeito perverso" do plano. A direção petista acha que sem o instrumento da propaganda eleitoral gratuita qualquer reação ao real seria inócua. "Só com o acesso aos meios de comunicação será possível alertar a população para os efeitos de um plano recessivo", acredita Rui Falcão, presidente do PT. A coordenação de Lula também acha que, após viver com um mês de salário sob a nova moeda, o eleitorado perceberá que seu poder de compra não foi aumentado. Uma das idéias do PT é mostrar que a festejada queda nos preços da cesta básica foi incapaz de sequer aproximar seu custo ao do período em que FHC assumiu o Ministério da Fazenda. "Vamos mostrar que um plano de estabilização que não combate a carestia e gera desemprego não merece o apoio da população", disse Falcão. A angulação do discurso de Lula será cuidadosa, no entanto. Em todos os pronunciamentos, o candidato dirá que quer o fim da inflação, mas que o instrumento escolhido pelo governo federal não combate as causas estruturais do processo inflacionário. Ontem, em Remanso (BA), Lula disse que, se for eleito, seu governo vai manter o real como moeda do país. "Mudar de novo seria desmoralizar a moeda", afirmou. (Carlos Eduardo Alves) Colaborou EUMANO SILVA, enviado especial a Remanso (BA) Texto Anterior: TSE proíbe platéia em horário político gratuito; Brizola diz que pesquisa desanima militância; Quércia critica FHC e muda estratégia Próximo Texto: HIV é achado francês, dizem EUA Índice |
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