São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994![]() |
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Esperar para ver
FABIO SORMANI FÁBIO SORMANIAlgumas pessoas vieram me cobrar por que não falei mais sobre o "draft" deste ano. Respondi que é perigoso emitir opinião sobre o futuro das equipes com base no desempenho de jogadores que eram feras no "college" e que terão a responsabilidade de repetir a dose na NBA. A diferença entre os campeonatos é muito grande. Na preferência do torcedor norte-americano, o campeonato universitário ganha da NBA. Afinal de contas, o torneio envolve quase 400 universidades, ou quase todo o país. A NBA está restrita a apenas 27 equipes (que a partir de 95/96 serão 29, com a inclusão dos dois times canadenses). Dentro da quadra, todavia, a NBA se mostra incomparável. Por mais que os jogadores universitários se esforcem, eles só adquirem status de craque quando passam a jogar na NBA. A maior prova da estagnação dos universitários é que os times dos EUA não estavam mais dando no couro. Chegaram ao cúmulo (para eles) de perder, em plena Indianápolis, berço do basquete nos EUA, a final dos Jogos Pan-Americanos para o Brasil, em 1987. Vendo isso, o comitê norte-americano decidiu que os jogadores profissionais, autorizados pela Fiba (federação que rege o basquete no mundo inteiro, exceto nos EUA), iriam representar os EUA em competições internacionais a partir da Olimpíada de Barcelona, em 1992. Formou-se, então, o que foi batizado de "Dream Team". Ouro na cabeça, para um time que contava com Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird e Charles Barkley, entre outros. Agora, para disputar o Mundial do Canadá, de 4 a 14 de agosto próximo, os EUA formaram o que já é conhecido como "Dream Team 2". Ou seja: ninguém mais quer correr o risco de perder, ainda mais no basquete, maior orgulho dos norte-americanos. Para quem não sabe, os EUA ganharam apenas dois campeonatos mundiais. O primeiro deles em 1954, no Brasil (Rio), e o segundo em 1986, na Espanha (Madri). Nos demais, foram três segundos lugares e dois terceiros. Diante disso, como posso afirmar que o Dallas, por exemplo, vai subir de produção apenas com o jogo do armador Jason Kidd? O mesmo para o Milwaukee de Glenn Robinson, para os Pistons de Grant Hill, etc.? Por isso, prefiro esperar para emitir opinião a respeito. Texto Anterior: Brasil envia "espião" para analisar Espanha Próximo Texto: Notas Índice |
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