São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 1994
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Brasil deve vencer no tempo normal do jogo

TELÊ SANTANA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nem a Romênia nem a Suécia seriam adversárias mais difíceis para o Brasil do que foi a Holanda. E é melhor que fosse a Suécia a vencedora do jogo que a levou para a semifinal. A seleção romena parecia-me mais perigosa. Tinha, entre outros trunfos, este excelente jogador que é Gheorge Hagi.
A sorte parece estar do lado do Brasil. Os suecos jogaram um dia depois de brasileiros e ainda tiveram de passar pelo desgaste de uma prorrogação e uma decisão por pênaltis. Enquanto isso, a Alemanha caia fora frente à Bulgária.
O Brasil deve ganhar o jogo de amanhã. E nos 90 minutos. Já não sei se Itália e Bulgária decidirão sua sorte no tempo regulamentar. É bem possível que também tenham de passar pela prorrogação e, quem sabe, pelos pênaltis. Em caso de irmos para a final, seria mais um lance de sorte brasileira.
Falando em pênalti, volto à vitória sobre a Holanda. Na minha opinião, quando os holandeses empataram, Parreira (como quase todo mundo) chegou a pensar que a prorrogação e os pênaltis eram inevitáveis. Daí ter colocado Raí no lugar de Mazinho. Afinal, Mazinho não jogava mal. E Raí é bom cobrador de pênaltis. Fora isso, não há outra explicação.
Preocupa a forma como o Brasil permitiu que a Holanda chegasse ao empate. Foi visível o descontrole brasileiro após o primeiro gol holandês. É inadmissível que uma defesa fique tão desatenta como quando chegamos aos 2 a 0.
Falam muito de falhas de Taffarel. Não acho que a culpa maior tenha sido dele. Errou, sim, em ficar no meio do caminho, nem lá atrás, nem na bola, em alguns lances de área, inclusive no gol do empate. Mas o erro maior foi dos zagueiros. Não se pode sofrer um gol de lateral. E, no escanteio, deixaram o holandês cabecear sozinho. Precisamos ficar atentos ao jogo aéreo dos suecos.
A rigor, a defesa brasileira só foi testada em dois jogos: contra a Holanda e o terceiro da primeira fase, justamente contra a Suécia. E mostrou deficiências. É preciso corrigi-las para que não se repitam nos dois jogos de Los Angeles.
Mas temos que reconhecer que o Brasil cumpriu sábado seu melhor desempenho nesta Copa. Com muita raça, está seguindo em frente.

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