São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Stoichkov quer enfrentar Romário na final
FERNANDO CANZIAN
Ele também não está intimidado com a torcida italiana, que deve lotar o Giants Stadium, em Nova Jersey, na partida de hoje, às 17h (horário em Brasília). "Que venham os 80 mil italianos", diz. Numa eventual partida na final dessa Copa, Stoichkov diz preferir jogar contra a Suécia do que contra o Brasil, que considera uma seleção superior. "Mas também gostaria muito de enfrentar o Romário pela primeira vez", diz. Stoichkov joga no Barcelona da Espanha junto com o atacante brasileiro. Ele afirma que sua experiência tem ajudado a motivar a seleção da Bulgária nessa Copa. Leia a seguir a entrevista que Stoichkov concedeu à Folha –em espanhol fluente– em Princeton, Nova Jersey, onde os búlgaros estão concentrados para o jogo de hoje contra a Itália. Folha - Caso a Bulgária vença a Itália, quem seria o adversário mais fácil na final dessa Copa, a Suécia ou o Brasil? Stoichkov - Eu prefiro jogar contra a Suécia do que contra o Brasil na final. Folha - O Brasil é mais forte? Stoichkov - Seguramente. Já jogamos outras vezes contra a Suécia e sabemos que é um time inferior ao Brasil. Por outro lado, gostaria muito de enfrentar o Romário pela primeira vez em minha vida em uma partida oficial. Mas agora estou concentrado somente nos italianos. Folha - A Itália está sob enorme pressão para vencer. O mesmo não acontece com a Bulgária. Como você encararia uma derrota? Stoichkov - Fizemos o melhor possível até o momento e já estamos sendo considerados como um dos quatro melhores times do mundo. Não estamos pensando em perder, afinal somos onze contra onze em campo. Mas se isso acontecer, tenho certeza de que o povo búlgaro vai reconhecer o valor do time. Agora, perder de 4 a 0 ou 5 a 0 seria um escândalo. Folha - A pressão da torcida italiana que estará no Giants Stadium não intimida? Stoichkov - Já nos acostumamos a isso. Tínhamos 40 mil contra nós no jogo contra a Argentina e 60 mil no jogo contra o México. Contra a Alemanha, uns 50 mil. Que venham os 80 mil italianos. Folha - O que você acha da atuação do atacante italiano Roberto Baggio até essa etapa do Mundial? Stoichkov - Não posso dizer que ele é o melhor jogador do mundo. Todos esperavam que ele estivesse melhor do que tem estado nas últimas partidas –e isso é grave. Mas Baggio sempre marca uma diferença a favor para o time italiano. Folha - Você acha que será mais fácil vencer os italianos do que foi contra os alemães? Stoickkov - Seguramente. Mas temos que jogar mais motivados e mais tranquilos do que na partida contra os alemães. Não temos medo dos italianos e, como já disse, são onze contra onze. Acho que vai ser mais fácil pelo fato de os italianos terem um estilo que deixa a gente jogar com mais liberdade. Os alemães pressionam demais e jogam mais forte. Folha - Como foi a sensação de ter mandado a Alemanha para casa antes das semifinais? Stoichkov - Foi a vitória mais importante para o futebol da Bulgária até agora. Nunca tínhamos vencido a Alemanha. Será lembrada durante muito tempo. Folha - Você está sendo considerado um dos melhores jogadores desse Mundial. Já marcou cinco gols e comanda os outros jogadores de sua equipe em campo. Você se sente carregando o time búlgaro nas costas? Stoichkov - Me sinto como mais um jogador. Tenho procurado dar confiança aos jogadores, principalmente em momentos em que muitos parecem desmotivados. Tento empurrar todos para frente. Às vezes grito mais que os outros. Mas isso é um comportamento normal de um companheiro com um pouco mais de experiência. Minha passagem por times importantes como o Barcelona, onde tenho que competir com craques como Romário, me motiva muito. E é isso que tento passar para os meus companheiros. Texto Anterior: Dezesseis câmeras mostram as finais Próximo Texto: Itália terá novo ataque contra Bulgária Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |