São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
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Senador criticou empréstimos

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Em 1985, o então deputado estadual José Paulo Bisol dizia que os empréstimos a juros subsidiados, concedidos a parlamentares e juízes, eram "privilégios".
Tomador dos empréstimos, ele discursou em defesa própria na Assembléia Legislativa gaúcha, em outubro de 1985. Disse que era preciso "lutar contra todos os privilégios, sem exceção".
Na época deputado do PMDB, Bisol acusou de "burrice" o juiz Ruy Armando Gessinger, que condenou os políticos que se beneficiaram dos empréstimos. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) absolveu-os posteriormente.
Conforme Bisol disse em seu discurso, o empréstimo era um privilégio "legal e institucionalizado", que deveria ser "eliminado futuramente".
"O que impressiona", dizia o então deputado Bisol, é que "não se tenha consciência de que realmente, do ponto de vista estrutural, somos categorias profissionais privilegiadas e que esses privilégios estão institucionalizados há dezenas de anos".
O hoje candidato a vice-presidente na chapa do PT dizia que era necessário "fazer uma revisão dessas estruturas para começar de novo, inclusive sem os privilégios que as mesmas distribuem para todos nós".
Ele condenou, na época, que "apenas" um caso de privilégio -os empréstimos concedidos aos deputados pela Caixa Econômica Estadual- fosse alvo de crítica.

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