São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
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Sacchi cobra elogio ao time

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A EAST RUTHERFORD

Arrigo Sacchi parecia duas décadas mais velho do que os seus 48 anos ao entrar ontem na "mixed zone", a região absurdamente complicada e desconfortável reservada para as entrevistas de final de jogo.
O mister da Itália transpirava, os óculos escuros encarapitados na careca e a cabeça baixa, o rosto pesado, como se o contato com a imprensa fosse a última experiência de um condenado à guilhotina.
Tinha os olhos avermelhados, provavelmente em consequência das lágrimas que os italianos choraram ainda no gramado, depois de derrotarem a Bulgária.
Mas alguma forma de rancor escapava de Sacchi –a quem a mídia da Itália fez questão de espicaçar em suas cinco semanas nos EUA.
Sacchi mal respondeu às perguntas de um batalhão de jornalistas mais afeitos às cotoveladas do que à boa educação.
Começou a sua fala com um discurso: "Numa Copa, a vida e o futebol se confundem. Qualquer esportista que se preze deve passar por esta experiência".
"Precisa sofrer para que se valorize o seu trabalho e se elogiem, no mínimo, os seus resultados. Mais de 160 nacões se inscreveram na competição. Eu me orgulho de estar entre as duas melhores", disse Sacchi.
A performance de Roberto Baggio e a sua contusão ocuparam metade das oito questões exigidas de cada mister.
Sacchi definiu o seu atleta como "excepcional" e não quis discutir a possibilidade dele ficar fora da final.
Também não quis falar da pugna diante da Bulgária. "Depois do que padecemos no torneio, é difícil analisar a partida. Até porque meu pensamento já está na final." (SL)

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