São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 1994
Próximo Texto | Índice

Kim Jong-il é tratado como chefe de Estado

TERRY MCCARTHY
DO "THE INDEPENDENT", EM TÓQUIO

Kim Jong-il, 52, deu mais um passo para assumir o poder total na Coréia do Norte ontem, quando a rádio estatal referiu-se a ele como chefe das Forças Armadas, do Partido dos Trabalhadores (comunista) e do Estado.
O anúncio oficial de sua nomeação está previsto para depois de domingo, dia do enterro de seu pai, Kim Il-sung, que morreu na sexta-feira passada aos 82 anos depois de passar 46 anos como o "Grande Líder" norte-coreano.
A Rádio Pyongyang anunciou que Kim Jong-il "está à frente do partido, do Estado e das Forças Armadas. Sob sua liderança continuaremos marchando pela Revolução da 'Juche' (auto-suficiência) e a reunificação nacional".
A rádio confirmou que a Coréia do Norte vai manter conversações com os EUA em Nova York, na semana que vem, para preparar a retomada do diálogo sobre seu programa nuclear –suspensas um dia depois de começarem, em função da morte de Kim Il-sung.
Os EUA, cujo presidente, Bill Clinton, já afirmou que "não se pode permitir que a Coréia do Norte possua armas nucleares", vêm tentando convencer Pyongyang a abandonar seu suposto programa de armas nucleares, oferecendo em troca ajuda econômica e reconhecimento diplomático.
Kang Sok-ju, primeiro vice-chanceler e principal representante norte-coreano nas conversações nucleares com os EUA em Genebra, voltou a Pyongyang para assistir ao enterro de Kim Il-sung.
Seu interlocutor nas conversações, o secretário-assistente de Estado Robert Gallucci, disse que Kang lhe havia garantido que a Coréia do Norte continuaria com seu programa nuclear congelado.
Gallucci disse que Washington cancelará as conversações se surgirem evidências de que Pyongyang começou a extrair plutônio dos bastões usados de combustível nuclear de sua usina de Yongbyon (que estão guardados em tanques de refrigeração) para fazer armas.
A agência oficial "KCNA" disse que 17,5 milhões dos 22 milhões de norte-coreanos já participaram dos rituais públicos de luto.
Ela não disse o que os outros 4,5 milhões estão fazendo, mas enfatizou que os norte-coreanos estão "transformando sua tristeza em força e coragem para defender e aperfeiçoar o socialismo de estilo coreano, tendo o camarada Kim Jong-il em alta estima".

Próximo Texto: Novo líder é uma incógnita
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.