São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994
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Sachs e Dornbusch vêem boas chances para plano

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Harvard, acha "importante" para o sucesso do Plano Real que "algum movimento seja feito para desindexar os fundos de curto prazo".
Sachs diz que "todo o sistema monetário brasileiro está voltado para o curto prazo" e que alterar essa situação daria "maior credibilidade e maiores chances de êxito" ao programa econômico.
Segundo Sachs, que até pouco tempo era um dos mais importantes assessores econômicos do presidente da Rússia, Boris Ieltsin, e trabalhou na Bolívia e na Polônia, é "difícil" generalizar a idéia de que desestimular investimentos de curto prazo é essencial para o êxito de programas de estabilização.
Mas no caso do Brasil, ele diz que é "uma boa idéia" por causa das características do país. "É preciso usar múltiplas âncoras e esta é uma das mais importantes".
Não chega a ser fundamental, como o equilíbrio orçamentário, disse Sachs à Folha. "Mas não há dúvida de que é importante".
Sachs também afirmou que o programa é "muito inteligente" e que "será difícil o Brasil ter outra chance tão boa quanto esta" para estabilizar sua economia.
Outro especialista em políticas de estabilização, Rudiger Dornbusch, do Massachusetts Institute of Technology, também acha que esta é uma excelente oportunidade.
"O Brasil pode ou não ganhar a Copa do Mundo. Mas vai estabilizar sua economia. É o país mais fácil no mundo para ter sua economia estabilizada", disse à Folha.
Dornbusch previu a vitória de Fernando Henrique Cardoso na eleição presidencial por causa do Plano Real e disse que "aí, ele vai ter que enfrentar questão-chave, que é o problema fiscal".

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