São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994 |
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Banco Central recompra títulos e reduz a dívida interna em R$ 5 bi
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Reduzindo sua dívida, o governo paga menos juros. Com inflação perto de zero, como no momento, as pessoas não precisam deixar todo seu dinheiro aplicado. Assim, aumentam depósitos à vista nos bancos e dinheiro no bolso das pessoas. De 4 a 12 de julho, só os depósitos à vista aumentaram de pelo menos R$ 2,26 bilhões. Com o dinheiro depositado em fundos de aplicação financeira os bancos em geral compram títulos do governo, que pagam juros altos. Saindo dinheiro desses fundos, os bancos revendem os títulos ao BC e entregam o dinheiro aos clientes. É justamente o que está acontecendo. Isso indica que as pessoas estão acreditando, pelo menos por enquanto, que a inflação é baixa. O dinheiro que sai dos títulos do governo e volta para a circulação constitui a "remonetização". Em 30 de junho, o dinheiro em circulação era de R$ 3,5 bilhões. Pela medida provisória que introduziu o real esse saldo pode chegar até R$ 7,5 bilhões em 30 de setembro. O BC ainda não sabe de quanto foi a "remonetização" até aqui. Isso porque dos 224 bancos que informam o BC, 110 estão com números imprecisos. Teve um grande banco, por exemplo, que passou informações segundo as quais teria depósitos equivalentes a metade do Produto Interno Bruto (PIB), quantidade de bens e serviços produzidos no país. Seria como se só nele estivessem depositados R$ 225 bilhões –64 vezes a quantidade de dinheiro em circulação em 30 de junho. Pelos dados confiáveis, os depósitos aumentaram R$ 2,26 bilhões até de 12 de julho. Com isso, os bancos vão ter de depositar no BC R$ 1,73 bilhões até dia 18. É depósito compulsório, medida que contrabalança a "remonetização" e retira excesso de dinheiro de circulação. Se o BC emite mais dinheiro do que o necessário, isso gera inflação.(CAS) Texto Anterior: Dinheiro em circulação e nos bancos chega perto do limite de US$ 7,5 bi Próximo Texto: Governo obtém equilíbrio nas contas até maio Índice |
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