São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994 |
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Brasileiros fazem seguro no exterior
FERNANDO PAULINO NETO
Uma das principais cláusulas desse tipo de seguro, segundo a Folha apurou junto a um banqueiro brasileiro, é o sigilo. Basta vazar a informação da realização do seguro para o segurado ter seu contrato cancelado. Segundo esse banqueiro, o seguro anti-sequestro é feito também por brasileiros aqui residentes mas é altamente sigiloso. Um dos receios das seguradoras ao realizar esse tipo de operação é com a segurança do operador. Ele também é vítima potencial de sequestro, pois os sequestradores podem querer ter conhecimento da lista de seus clientes. O segredo também é importante para o segurado. No caso de ser de conhecimento público que ele fez este tipo de seguro, ele pode ser priorizado em relação a um empresário que não o tem. Teoricamente seria mais fácil de negociar com quem tem seguro porque a existência de recursos disponíveis estaria assegurada. Além do sigilo, outra cláusula importante é a da negociação em caso de sequestro. Nenhum parente do sequestrado pode participar das negociações que, em geral, é feita por um funcionário da seguradora, muitas vezes do departamento jurídico. O caminho no Brasil, em geral, para fazer um seguro anti-sequestro é buscar os bancos multinacionais que fornecem seus serviços a clientes especiais. Segundo o diretor de uma seguradora brasileira associada a um banco multinacional, a principal dificuldade para a seguradora nesse tipo de serviço é a comprovação do ocorrido, pois há a possibilidade de se forjar o sequestro para conseguir o dinheiro da seguradora. Não só sócios e diretores de grandes empresas têm seguro contra sequestro. Profissionais liberais também podem tê-lo. Texto Anterior: Motorista atinge 30 e é linchado Próximo Texto: Paulistano agora pode passear de helicóptero Índice |
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