São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994
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Consumidor opta por produto mais barato

MARCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bastou outro plano econômico para que as marcas alternativas ganhassem mais pontos junto ao consumidor.
"Estou optando pelo mais barato", diz a advogada Maria de Lurdes Martins, 52, que fazia a sua primeira despesa de supermercado em real na última terça-feira.
Fiel ao arroz da marca Uncle Ben's (tipo 1), ela não hesitou em optar pela marca Namorado (tipo 2), 40% mais barata e sobre a qual tinha referências da qualidade.
Variedades de marcas alternativas de arroz não faltavam no supermercado Bon Marché, Marginal Tietê, zona oeste, onde a advogada fazia compras.
Ao lado do Namorado, que saía por R$ 3,37 o pacote de 5 kg, tinha o arroz Piná e o Ceredias, por R$ 2,49, e o Beleza que custava R$ 2,99.
O mesmo comportamento foi adotado pela propagandista Marlene Pedroti, 49. Entre o sabão em pedra Brilhante que ela costumava comprar e que custava R$ 1,61 (1 kg) e o espumante, por R$ 1,13, Marlene ficou com o segundo.
"Estou atrapalhada com o real. Tudo parece barato, mas não é. Minha opção é pela promoção."
A promoção do guaraná Maracanã, fabricado em Piracaia (SP), também fisgou as irmãs Artemia Gonçalves, 60, e Maria Aparecida da Costa, 56, na hora de comprar refrigerante.
"Sempre preferi o guaraná Antarctica, mas o Maracanã é mais em conta. É a segunda vez que eu compro", diz Maria Aparecida. Enquanto 2 litros de refrigerante Antartica saía por R$ 1,75, o Maracanã custava R$ 0,88.
Apesar de já ter feito três compras grandes de supermercado em real, as irmãs dizem que não conseguiram gravar os preços na nova moeda. Motivo: os preços flutuam muito entre as lojas.
Na busca de uma referência de preços em real, Valdivino Xavier da Rocha, 59, técnico têxtil, não poupou esforços.
Fez uma lista com cerca de 50 produtos e percorreu três supermercados diferentes antes de ir às compras. Rocha constatou mais de 100% de diferença nos preços de alguns produtos.
"Vou guardar esta lista como base para as próximas compras", diz Rocha, apostando na estabilidade de preços. (MCh)

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