São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994 |
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Júnior acha que 1994 vai corrigir 1982
JOÃO MÁXIMO
"Aquele foi o nosso time de sonho', lembra Júnior. "A eliminação brasileira para a Itália naquela Copa foi tão dura para o futebol quanto a da Holanda para a Alemanha em 1974. A qualidade do jogo caiu a partir dali." Lateral-esquerdo de 1982, hoje "espião" de Parreira entre as demais seleções que vieram aos EUA, Júnior acha que as equipes se tornaram mais defensivas, mais esquemáticas e mais pragmáticas depois que o carrossel holandês e o time de Telê Santana foram derrotados por outras filosofias de jogo. "Não estou criticando nada nem ninguém, mas quem pensa em ir ao estádio esperando ver o Brasil jogar bonito como em 1970 ou 1982, não deve ir. O futebol técnico, estilizado, criativo e bonito daqueles tempos acabou." Júnior fala da atual seleção brasileira: "Joga objetivamente, séria e determinada, fazendo da paciência uma de suas qualidades principais. O time todo toca a bola até que haja chance para que Romário ou Bebeto decidam". O observador da seleção brasileira não quer falar do que notou de outros times, principalmente da Itália. Diz que, antes, comentários seus sobre alguns adversários saíram na imprensa, tornando-se público o que deveria ser uma informação sigilosa a Parreira. "De qualquer forma, não conheço bem este time italiano. Quando voltei de lá, há cinco anos, Baggio, Maldini, Berti, Minotti tinham acabado de sair dos juvenis. Só sei que este é um time jovem. E a juventude deles, em contraste com a nossa experiência, pode nos ajudar. Acho que eles vão ficar mais tensos que nós." Mas o observador cita três craques na seleção que chegam à final com o Brasil: Gianluca Pagliuca, Franco Baresi e Roberto Baggio. Júnior é um dos que acreditam que a atual seleção é fruto dos erros cometidos por alguns jogadores em 1990. "Este é, agora, um grupo fechado em todos os sentidos. Fechado e maduro. Pertenci a ele, como jogador, durante sete meses (fez dez partidas sob a direção de Parreira). Tirando Viola e Ronaldo, joguei com todos aqui. Dois motivos me levaram a aceitar essa função de observador: a amizade de Parreira e Zagalo e a qualidade do grupo." Embora tenha começado por um desabafo (a final de domingo como forra de 1982), Júnior considera aquela "uma página virada da história". Para ele, o tetracampeonato porá uma pedra por cima. Texto Anterior: Romário joga futevôlei Próximo Texto: Troféu da Copa não seduz os americanos Índice |
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