São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 1994 |
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Refugiados no Zaire já passam dos 100 mil
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Uma ofensiva dos rebeldes tutsis no norte de Ruanda provocou ontem o início da fuga de centenas de milhares de pessoas para a cidade de Goma, no Zaire, junto à fronteira norte do país.O êxodo começou ao amanhecer. Os refugiados, em sua maioria hutus, cruzavam a fronteira levando tudo que podiam. Goma é sede da principal base da operação francesa de ajuda humanitária no país. A ONU estima que até ontem à noite haviam chegado à cidade mais de 100 mil pessoas. Goma tem 150 mil habitantes e se transformou em um enorme campo de refugiados. A ONU disse não ter meios de garantir a segurança dos ruandeses. A FPR (Frente Patriótica Ruandesa) controla dois terços do país. Os rebeldes tomaram Ruhengeri e avançavam ontem rumo a Gisenyi. O avanço provocou a fuga do governo e de tropas do Exército. O governo fugiu para a cidade de Cyangugu, dentro de uma zona sob proteção de tropas francesas. O governo francês disse que não tem como impedir a entrada das autoridades ruandesas na região, mas a acolhida será a mesma dada a outros refugiados. Soldados do Exército foram para o Zaire. A França pediu ontem a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise em Ruanda. O primeiro-ministro designado pelos rebeldes da FPR chegou hoje à capital Kigali. Ele disse que sua tarefa inicial é resolver o problema dos refugiados. Faustin Twagiramungu, um hutu moderado, foi escolhido pelos tutsis para chefiar um governo de conciliação. O premiê se reuniria ontem com o comando da FPR. Um representante da ONU pediu a ele a decretação imediata de uma trégua. O conflito em Ruanda foi desencadeado pela morte do presidente do país, Juvenal Habyarimana, no dia 6 de abril. Desde então, 500 mil pessoas já podem ter morrido em massacres, atribuídos em sua maioria a hutus contra a minoria tutsi. Texto Anterior: Jovens de Seul enfrentam polícia para homenagear Kim Il-sung Próximo Texto: Guerrilheiros libertam reféns em Moçambique Índice |
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