São Paulo, sábado, 16 de julho de 1994
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Senador se diz mais 'perigoso'

DA REPORTAGEM LOCAL

Bisol acha que hoje incomoda mais do que Lula os interesses que julga ter atingido em sua atuação nas CPIs do Collorgate e do Orçamento.
"É um erro pensar que eles querem atingir Lula. Sou mais perigoso para eles do que Lula", disse.
No flat em que está hospedado em São Paulo, entre um cigarro e outro, o senador gaúcho avalia que é hoje uma ameaça maior para os adversários que o próprio cabeça da chapa. "Eles (os adversários) sabem que eu investigo, não faço acordo".
Bisol elaborou um cenário apocalíptico para dimensionar sua importância no jogo político atual e, no caso de vitória de Lula, num eventual governo petista.
"Algumas pessoas querem o Roberto Freire (PPS-PE) ou o Célio de Castro (PSB-MG) como vice no meu lugar porque não faço acordos e nem faria num eventual impedimento de Lula", declarou.
O senador não explicou qual a possibilidade de impedimento que vê no futuro de Lula. Com os olhos fixos no interlocutor e voz calma, parece ter certeza de que cabe a ele a missão de lutar contra interesses que julga "poderosíssimos".
Bisol culpa o comando do PT por ter avaliado que as acusações contra ele seriam, no fundo, uma tentativa de atingir Lula.
"O equívoco foi grande e agora cabe tentar transformar isso", afirmou. Apesar da reclamação, Bisol está sendo bancado pela cúpula petista.

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