São Paulo, sábado, 16 de julho de 1994
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Governo tenta impedir aumento real nas estatais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer proibir aumento real de salário nas estatais que têm data-base em setembro. A proposta, aprovada ontem numa reunião com sete ministros, deve ser levada ao presidente Itamar Franco, na segunda-feira. O objetivo é evitar que essa prática se generalize e comprometa o Plano Real.
O exemplo poderia ser seguido pelos trabalhadores da iniciativa privada. Nesse caso, as empresas teriam um argumento para repassar os aumentos para os preços.
Apenas a Vale do Rio Doce ficaria livre da proibição, porque já concedeu reajuste real de 7% e funciona no sistema de contrato de gestão. Os ministros avaliaram que não há como anular o aumento.
Para amenizar as pressões dos funcionários de estatais, evitando greves, o governo pretende contar com o apoio da opinião pública.
A idéia é divulgar os salários pagos nas estatais, para mostrar à sociedade que "os funcionários ganham bem em relação à média salarial do país", disse o ministro do Planejamento, Beni Veras.
Ao todo, são 275 mil funcionários, que representam 70% da folha de pagamento das estatais, têm data-base em setembro.
O ministro do Planejamento disse que a proposta a ser levada ao presidente Itamar prevê apenas a reposição salarial pelo que determina a lei: a inflação pelo IPC-r.
Participaram da reunião o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Clóvis Carvalho, o secretário-geral da Presidência, Mauro Durante e os ministros Marcelo Pimentel (Trabalho), Beni Veras (Planejamento), Djalma Moraes (Comunicações), Bayma Denys (Transportes), Alexis Stepanenko (Minas e Energia) e Mário César Floes (Secretaria de Assuntos Estratégicos).
O presidente Itamar Franco disse ontem que tanto funcionários civis quanto militares precisariam de "melhoria salarial".

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