São Paulo, sábado, 16 de julho de 1994 |
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Desgaste físico prejudicou Itália
MARCELO DAMATO; ANDRÉ FONTENELLE
A Itália dobrara a equipe de Beckenbauer ao cabo de 120 minutos de jogo, por 4 a 3. O técnico Ferruccio Valcareggi, que levara a equipe ao título europeu de 1968, em casa, tinha uma dúvida no ataque: escalar Mazzola ou Rivera. Jogador da Internazionale, Mazzola tinha o apoio dos zagueiros e companheiros de equipe Facchetti e Burgnich, por voltar mais para ajudar na marcação. Rivera era um jogador mais ofensivo e o companheiro de ataque favorito de Gigi Riva, do Cagliari. Com Rivera, a Itália era mais perigosa à frente. Valcareggi, no entanto, escalou Mazzola no meio e pôs no ataque Boninsegna, ex-rival de Riva no Cagliari. A rixa foi esquecida durante a Copa. A Itália chegou à final sem impressionar. Na primeira fase, enfrentou Suécia (1 a 0), Uruguai (0 a 0) e Israel (0 a 0). Nas quartas-de-final, derrotou o México por 4 a 1, antes de vencer os alemães na semifinal. Nas duas últimas partidas, a entrada de Rivera no lugar de Mazzola, no intervalo, fora decisiva. O técnico detreminou marcação individual sobre os atacantes. Rosato contra Tostão, Facchetti contra Jairzinho, Burgnich e Bertini se alternando entre Rivelino e Pelé. Não funcionou. Logo aos 18min, Pelé subiu mais alto que Burgnich e abriu o placar. Os italianos recuperaram o controle ao empatar em uma falha da defesa brasileira. Surpreendentemente, Valcareggi não colocou Rivera em campo no intervalo. O cansaço da longa partida contra a Alemanha se fez sentir na segunda etapa. Os gols brasileiros começaram a sair. Só a seis minutos do fim o técnico italiano se lembrou de fazer Rivera entrar. Tarde demais. Valcareggi nunca foi perdoado por não ter posto o atacante no jogo mais cedo. Quando a seleção desembarcou na Itália, só Rivera foi acolhido como herói –e vítima. (MD e AFt) Texto Anterior: Brasil faz catimba para vencer Próximo Texto: LA produz megashow para os três tenores Índice |
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