São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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'Azzurra' sobrevive apesar das atribuições

SÍLVIO LANCELLOTTI
DO ENVIADO A LOS ANGELES

'Azzurra' sobrevive apesar das atribulações
Arrigo Sacchi e a sua brancaleônica seleção bem que merecem algum título na Copa de 94. Nenhuma outra equipe do torneio, afinal, atravessou tantas atribulações como a "Squadra Azzurra" de 94.
Astros importantes machucados. Dois jogadores expulsos em momentos cruciais. Tentos anotados no sufoco do fim de combate.
E ainda o bombardeio da imprensa de seu país. Um jornal da Bota chegou a publicar: "A Azzurra apenas se classificou à final porque Arrigo Sacchi tem um rabo do tamanho da órbita da Lua".
Uma situação bem parecida com a do Brasil? Nem tanto. A mídia cabocla começou o campeonato na tocaia da trupe de Parreira & Zagalo mas, às vésperas da decisão, deixou a isenção de lado e desandou a torcer.
Os jornalistas da Bota, no entanto, pouco se animam com a possibilidade da quarta taça. Nem tanto por distanciamento ou por imparcialidade –mas por rancor.
Sem constrangimentos, chamam Antonio Matarrese, o presidente da federação peninsular, de "Homem da Máfia". Destilam por Sacchi uma ira monumental. O treinador é chamado de "burro" a "louco", isso quando não o chamam de "mau caráter".
Mas os jogadores da "Azzurra" saem do Mundial como os heróis de uma equipe sem esquema e sem tática, dizimada pelo calor e pelas cãibras, por um preparo atlético lamentável, apesar dos esforços do competente Vincenzo Pincolini –que pegou todos no bagaço da mais desgastante temporada na Itália dos últimos 50 anos.
Ou seja, desde a fatalidade da Grande Guerra. Mesmo que perca do Brasil, ao menos um troféu a "Azzurra" vai arrebatar: todos os seus atletas jogam mesmo nos gramados de seu país.
(SL)

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