São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
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Média de gols por jogo é a maior desde 82
ANDRÉ FONTENELLE
Em 90, na Itália, a média havia sido de 2,2 gols por partida. A média histórica dos Mundiais praticamente não se alterou, caindo de 3,10 para 3,07 –agora, são 1.584 gols em 515 jogos. A última Copa que teve mais de 3,07 gols por jogo foi a de 1958 (3,6, 126 em 35 jogos). As mudanças nas regras introduzidas pela Fifa surtiram efeito. Aumentou o tempo de bola em jogo nesta Copa e, com isso, a possibilidade de haver gols. A punição mais severa às faltas por trás –embora poucas vezes esse tipo de infração tenha levado à expulsão– também ajudou. A proibição ao goleiro de segurar com as mãos uma bola recuada com o pé por um zagueiro também fez aumentar o tempo de bola em jogo, embora nenhum gol tenha saído de uma falha do goleiro nesse tipo de lance. Acima de tudo, este Mundial mostrou um equilíbrio maior do que nunca entre as seleções. Só uma partida teve mais de cinco gols: Rússia 6 x 1 Camarões, na primeira fase. Isso nunca ocorrera antes em Copas. Em outros Mundiais, goleadas contribuíram decisivamente para a elevação da média. Na Copa de 82, por exemplo, a vitória da Hungria por 10 a 1 sobre El Salvador elevou a média de gols daquele Mundial de 2,64 para 2,80. Ao mesmo tempo, diminuiu o número de partidas sem gols. Foram somente três neste Mundial. Uma delas, justamente a final, entre Brasil e Itália. Os outros dois jogos foram Coréia do Sul x Bolívia e Irlanda x Noruega. Em 1990, cinco partidas acabaram em 0 x 0. No entanto, algumas mudanças no regulamento da Copa, visando a premiar o futebol ofensivo, não surtiram efeito. A atribuição de três pontos ao vencedor de cada partida na primeira fase (antes eram dois pontos) não alteraria nada na classificação das equipes à fase seguinte. Outro ponto a favor desta Copa: as viradas foram mais constantes que no último Mundial, proporcionando mais jogos emocionantes. Houve apenas dois jogos na Copa de 90 vencidos por um time que esteve em desvantagem no placar. Agora foram cinco. Na primeira fase, Holanda 2 x 1 Arábia Saudita; Suécia 3 x 1 Rússia e Argentina 2 x 1 Nigéria. Nas oitavas-de-final, Itália 2 x 1 Nigéria. Nas quartas, Bulgária 2 x 1 Alemanha. O aumento no número de gols foi ruim para os goleiros. A maior invencibilidade da Copa foi bem inferior à de 1990. O nigeriano Rufai ficou 240 minutos sem tomar gol neste Mundial. Na Itália, há quatro anos, o italiano Walter Zenga estabelecera um novo recorde de invencibilidade, com 517 minutos. Texto Anterior: JOGO DURO; O EFÊMERO; O ARREPENDIMENTO; GESTO OBCENO Próximo Texto: Jogadores dividem artilharia da Copa Índice |
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