São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Melhor defesa garante o título ao Brasil

ANDRÉ FONTENELLE
DAS COPAS DE 70, 82 E 86

Mais uma vez, como em 1958 e 1970, uma seleção brasileira que deixa o país criticada voltará em triunfo, pela primeira vez com a taça Fifa nas mãos.
A seleção brasileira conquistou pela quarta vez o título mundial. Foram sete jogos, com cinco vitórias e dois empates. Marcou 11 gols e levou três.
O técnico Carlos Alberto Parreira adotou um esquema tático polêmico como poucos: dois cabeças-de-área protegendo a defesa e apenas dois atacantes.
Como resultado, ficou muito difícil marcar gols contra o Brasil. Desde 1978, a seleção não tomava tão poucos gols – três em sete partidas é o mesmo número do Mundial da Argentina.
O Brasil acabou sendo a melhor da defesa da Copa. No ataque, no entanto, a média de gols (1,57) foi inferior às dos Mundiais de 70, 82 e 86 (veja quadro abaixo).
Romário contribuiu com cinco gols para esse total, seguido por Bebeto, com três, Raí, Márcio Santos e Branco, um gol cada.
Os números do Datafolha mostram que o acerto nos passes e a força nos desarmes foram duas virtudes dos campeões do mundo.
O time acertou 86% dos 567 passes que deu, em média, por partida. Fez 171 desarmes por jogo, 67% completos.
A campanha começou com duas vitórias tranquilas - 2 a 0 sobre a Rússia e 3 a 0 sobre Camarões.
O empate contra a Suécia (1 a 1) gerou preocupação, pois a seleção se mostrou ineficiente contra uma defesa mais bem armada.
O time continuou a depender dos gols de Bebeto e Romário até a final. Sempre com vitórias difíceis, o Brasil passou pelos EUA (1 a 0), pela Holanda (3 a 2) e pela Suécia (1 a 0).
Na final, Romário não repetiu seus desempenhos anteriores. Bebeto também não conseguiu marcar. Mas o título foi garantido nos pênaltis, inéditos em final de Copa.

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