São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empresas discutem na Folha trabalho social
DA REPORTAGEM LOCAL Empresas e entidades de apoio a crianças já se organizam para encaminhar ao mercado de trabalho adolescentes que vivem nas ruas.Um exemplo foi a criação do CIP (Centro de Iniciação Profissional), organizado pela Construtora OAS, e o Projeto Axé, que atua em Salvador (BA). A parceria entre ambos foi o tema da palestra "O empresário e o trabalho social", promovida pela Folha, em seu auditório, no dia 5 de julho (veja texto ao lado). Participaram do evento o presidente do Projeto Axé, Cesare de Florio La Rocca, 56, o vice-presidente da Construtora OAS, Carlos Seabra Suarez, 42, e Dalcy Sobrinho, 46, diretor da empresa. A OAS é a principal parceira do Projeto Axé e contribui em média com US$ 70 mil por mês, além de dar apoio técnico-administrativo. Até agora, o projeto, que conta com 116 funcionários, já acompanhou 3.000 meninos e meninas de rua. O CIP trabalha com adolescentes na faixa dos 16 aos 17 anos e já encaminhou 417 adolescentes. Durante a preparação, o adolescente é avaliado. Caso não se adeque, passa por novo período de adaptação. La Rocca compara essa etapa a uma câmera de descompressão, usada pelos mergulhadores quando voltam à tona. "A passsagem da rua para o trabalho e a escola deve ser uma subida suave para o adolescente abandonar antigos hábitos", diz. Apesar de a legislação permitir o trabalho de menores a partir dos 14 anos, o Axé opta por fazer a iniciação somente a partir dos 16. "Partimos do princípio que uma criança de rua perdeu uma característica fundamental da infância: a capacidade de sonhar", observa . A postura da empresa em relação ao adolescente foi tratada por Sobrinho. Ele disse que a absorção de um adolescente não deve se limitar apenas à contratação. "A empresa deve criar uma estrutura para atender o adolescente." Suarez previu que as empresas tenderão a ter um comportamento pragmático na absorção de adolescentes. "A participação do empresário vai ser motivada pelo conhecimento de novas experiências." Texto Anterior: Lei cria estacionamento sob viadutos Próximo Texto: Paraíba 1; Paraíba 2; Paraíba 3; Paraíba 4 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |