São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
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Quatro grupos dominam o mercado
DA REPORTAGEM LOCAL O Congresso Nacional demorou muito para preparar o projeto de lei da TV a cabo. Mas, segundo o deputado Koyu Iha, há um compromisso das lideranças partidárias com o Ministro das Comunicações, Djalma Morais, de que ela será aprovada em agosto.A pressa tem uma explicação: a TV por assinatura já está sendo implantada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em 1990 e 91, o governo distribuiu 101 concessões para transmissão de TV por cabo (sem programação própria) e deu a este serviço o nome de Distv. As concessões foram dadas com base em uma portaria, de dezembro de 1989, assinada pelo ex-ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães. Em 91, a pedido do próprio Congresso, o governo interrompeu as concessões até que fosse votada uma lei para a TV a cabo. Os que tinha autorização tiveram seu direito assegurado. Como a discussão se arrasta há três anos -e grandes cidades, como Salvador e Recife, não têm TV por cabo- o governo decidiu reabrir as concessões, caso o Congresso Nacional não aprove a lei em regime de urgência. A demora na aprovação da lei distorceu o mercado. Como as concessões eram escassas, viraram mercadoria de alto valor no mercado. Pequenos empresários, que tinham a autorização, venderam concessões para terceiros e hoje o governo já não sabe quem tem o controle das empresas. Quatro grupos Segundo informação de empresários do setor, o mercado de TV a cabo está concentrado em quatro grandes grupos: Globo, Abril, RBS e Multicanal (subsidiária da Companhia de Mineração do Amapá), que compraram ou se associaram a pequenas empresas detentoras das concessões de Distv. Pelo projeto do deputado Koyu Iha, todas as concessões de Distv serão automaticamente transformadas em concessões, por 15 anos, de TV a cabo. Como o mesmo projeto estabelece que só haverá uma concessão por área, os maiores mercados do país já estariam ocupados. Texto Anterior: Projeto de lei prevê TV a cabo estatal Próximo Texto: 5 canais serão de uso público Índice |
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