São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Mercado teme novas baixas

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos próximos dias, o maior risco de baixas nas cotações das Bolsas de Valores está na possibilidade de que algumas distribuidoras em delicada situação financeira realizem vendas maciças de seus estoques de ações.
Esse foi o principal motivo das baixas do índice Bovespa nos três primeiros pregões da semana passada, logo após a quebra da distribuidora carioca CR 500. No último dia 8, ela não conseguiu liquidar seus compromissos no Cetip, o sistema de compensação das operações de mercado aberto lastreadas em títulos privados.
Segundo rumores que circularam nas instituições financeiras semana passada, pelo menos três distribuidoras estariam numa situação semelhante à da CR 500.
Para evitar novas quebras, alguns bancos forneceram na semana passada recursos por um prazo de dez dias para essas distribuidoras.
Nesse intervalo, elas terão que recompor seu capital de giro próprio, vendendo títulos e ações de maior liquidez que estão em suas carteiras.
Elas foram favorecidas desde quinta-feira passada pelas altas nas Bolsas, estimuladas principalmente pelas pesquisas eleitorais indicando um avanço de FHC.
Mas os analistas não descartam a hipótese de que, nos próximos dias, essas instituições voltem a realizar vendas pesadas.
Essa pressão de baixa poderia ser neutralizada pela entrada de dinheiro estrangeiro. A hipótese é vista com um certo ceticismo pelo diretor da área de mercado de capitais do Crefisul, Humberto Casagrande Neto, pelo menos no curto prazo.
Casagrande concorda que a eleição presidencial é fator determinante para definir a tendência do mercado.
Mas ele diz acreditar que os investidores estrangeiros devem aguardar os resultados das pesquisas na virada de julho para agosto, que irão captar com mais segurança os efeitos do Plano Real na preferência dos eleitores.
(FM)

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