São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994 |
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Era hora de mostrar nosso futebol campeão
TELÊ SANTANA
Foi mesmo uma vitória da técnica, da qualidade individual dos nossos jogadores. Taticamente, a seleção brasileira encerrou sua participação na Copa devendo alguma coisa. Jogou da mesma maneira, do primeiro ao último dos 660 disputados. Técnica e fisicamente, porém, a seleção foi a melhor das 24 que aqui estiveram. Já era hora de mostrarmos que temos um futebol ganhador. Aos títulos mundiais de Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo, se soma mais esta Copa ganha. A Itália valorizou muito a conquista brasileira. Foi sua melhor partida. Defesa segura, marcando em cima, como é seu estilo, mas desta vez com um contra-ataque muito perigoso, veloz, de passes rápidos. Ainda bem que tínhamos Aldair, Márcio Santos e Mauro Silva. Falando em Aldair, foi, para mim, o melhor jogador brasileiro na Copa. O mais regular, o mais consciente de suas funções. Claro, Romário foi o brilho, decidiu na maior parte das vezes, mas Aldair foi o melhor. A Itália valorizou a conquista também por sua elegância. Terminado o jogo, enquanto os brasileiros comemoravam, os italianos acompanhavam de longe. Uns chegaram a aplaudir, dignos vice-campeões. Ótima a entrada de Viola. Uma opção que poderia ter sido usada mais vezes. Deu vida à seleção. Levantou a torcida. Chegou a criar jogadas de muito perigo. Um campeão. E finalmente nos livramos da maldição dos pênaltis. Depois do susto com Márcio Santos, Romário, Branco e Dunga cobraram com uma categoria que faltou aos italianos, entre eles, por ironia, Roberto Baggio. Imagino que o povo esteja comemorando muito no Brasil. E com razão. Ganhamos uma Copa que merecíamos ganhar. Que o povo festeje. Esta é das raras horas em que somos todos iguais, o homem da arquibancada e o presidente da República. Um milagre que devemos ao futebol. Ao futebol tetracampeão do Brasil Texto Anterior: Uma final sem gol é o pior espetáculo Próximo Texto: Zagueiros têm vantagem sobre ataque na final Índice |
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